Genteee, estou aqui tomando uma agua de coco depois de ter dado aquela caminhadinha básica na orla de Copacabana, quando minha amiga do bairro do Jardins me mandou um áudio falando sobre uma movimentação que rolou lá na Av. Paulista.
Uma mobilização promovida por ex-fiéis das Testemunhas de Jeová tomou um espaço na Avenida Paulista, durante todo dia deste domingo (13), reunindo dezenas de ativistas em defesa do direito à convivência familiar e contra o que chamam de doutrina discriminatória da religião. O ato teve início às 10h e ocorreu ao longo do dia e foi organizado pelo “Movimento de Ajuda às Vítimas das Testemunhas de Jeová,” liderado por Yann Rodrigues. Os manifestantes pediram a revogação da orientação que leva membros da religião a cortar laços com parentes e amigos que deixam a denominação.

O grupo denunciou publicamente conteúdos encontrados na edição de maio de 2025 da revista “A Sentinela” e no site oficial da igreja, que validariam e incentivariam o isolamento social de ex-membros. Entre os objetivos do protesto estavam também a retirada de circulação das revistas impressas com mensagens consideradas discriminatórias e a entrega de uma denúncia ao Ministério dos Direitos Humanos.
“Essa doutrina destrói famílias. Eles dizem que é uma escolha individual, mas está tudo registrado nas publicações oficiais. O próprio parágrafo 15 do Estudo 19 da revista A Sentinela afirma que cortar contato com quem deixou a igreja é um ato de bondade”, declarou Yann Rodrigues.

Durante o ato, ativistas discursaram, seguravam cartazes e distribuíram panfletos alertando sobre os impactos psicológicos da exclusão social religiosa, como depressão, ansiedade e até suicídio. O objetivo da ação foi mostrar à sociedade e às autoridades que o ato religioso não possui liberdade religiosa e viola os direitos humanos e do núcleo familiar.
O casal Vinícius Santos e Tamires Cruz, que passavam pelo manifesto, se identificaram como ex-fieis da religião e de acordo com eles, tiveram que mudar de estado após decidirem sair da igreja, devido a descriminação. “Morávamos na cidade de Brodowski e lá por ser pequena todos se conhecem. Nós crescemos nessa religião e nos conhecemos como casal lá, porém depois de uns anos vimos que não era tudo que imaginávamos e decidimos sair da igreja. Isso nos gerou muito transtorno e abandono de amigos e familiares, então decidimos ir embora para começar uma vida nova no sul”, contou.

Com uma toalha branca e escritas com tintas feitas a mão, a diarista Eliane Alves, conta que a religião a separou da única filha, no qual não tem contato desde dezembro de 2022. No cartas havia a seguinte frase: “Há anos minha filha não fala comigo desde que saí das Testemunhas de Jeová”.
Emocionada, a ex-fiel da religião viajou de Minas Gerais só para participar do ato, junto com outros ativistas, para pedir um basta às doutrinas da religião que separam famílias. “Estar aqui pedindo por justiça é um ato de amor e também uma prova viva de que o passo não desejo a nenhuma família. Precisamos de apoio para que haja leis e tudo mude sobre doutrinas religiosas”, disse.
Denúncia sobre diretrizes em casos de pedofilia
Outro ponto levantado na manifestação foi a exigência de duas testemunhas para que casos de pedofilia sejam investigados internamente pela organização religiosa. A orientação consta na revista A Sentinela de maio de 2019, que afirma que os anciãos (líderes religiosos) só podem agir judicialmente se houver duas testemunhas do abuso — o que, segundo os manifestantes, dificulta a punição dos culpados e silencia vítimas.

Manifestações anteriores
Essa não foi a primeira ação organizada pelo movimento. Em março, ex-membros protestaram na sede nacional da religião, em Betel, para receber o líder Robert Ciranko com faixas e mensagens de denúncia. O movimento teve início em 2024, com um ato em Brasília, e desde então vem crescendo e se articulando nacionalmente.
Yann Rodrigues, fundador do movimento, reforça que a luta é por justiça e por políticas que protejam ex-membros da religião contra o que ele chama de “doutrinas de controle e punição”. “A exclusão é monitorada e reforçada pelos anciãos. Quem desrespeita as regras sofre punições, como a expulsão pública. E isso destrói vidas”, afirmou.

Rodrigues relata sua própria experiência, quando, ainda adolescente, passou a ser ignorado pela família e proibido até de sentar-se à mesa para as refeições. “Tudo era justificado com textos bíblicos e a falsa ideia de que cortar contato é um ato de amor.”
O movimento promete continuar com ações públicas, denúncias formais e acompanhamento jurídico para pressionar por mudanças dentro da organização religiosa e maior atenção das autoridades brasileiras.
Denúncia sobre diretrizes em casos de pedofilia
Outro ponto levantado na manifestação foi a exigência de duas testemunhas para que casos de pedofilia sejam investigados internamente pela organização religiosa. A orientação consta na revista A Sentinela de maio de 2019, que afirma que os anciãos (líderes religiosos) só podem agir judicialmente se houver duas testemunhas do abuso — o que, segundo os manifestantes, dificulta a punição dos culpados e silencia vítimas.
Manifestações anteriores
Essa não foi a primeira ação organizada pelo movimento. Em fevereiro, ex-membros protestaram na sede nacional da religião, em Betel, para receber o líder Robert Ciranko com faixas e mensagens de denúncia. Além de três manifestações em Brasília, no Rio de Janeiro, também. O movimento teve início em 2024, com um ato em Brasília, e desde então vem crescendo e se articulando nacionalmente.
Yann Rodrigues, fundador do movimento, reforça que a luta é por justiça e por políticas que protejam ex-membros da religião contra o que ele chama de “doutrinas de controle e punição”. “A exclusão é monitorada e reforçada pelos anciãos. Quem desrespeita as regras sofre punições, como a expulsão pública. E isso destrói vidas”, afirmou.
Rodrigues relata sua própria experiência, quando, ainda adolescente, passou a ser ignorado pela família e proibido até de sentar-se à mesa para as refeições. “Tudo era justificado com textos bíblicos e a falsa ideia de que cortar contato é um ato de amor.”
O movimento promete continuar com ações públicas, denúncias formais e acompanhamento jurídico para pressionar por mudanças dentro da organização religiosa e maior atenção das autoridades brasileiras. Para saber mais e participar do movimento basta acessar e seguir @mav_tj.
Fotografias: Islânia Lima
Matérias exclusivas e entrevistas: assessoria de imprensa – Islânia Lima (92) – 98446-2340.