A escassez de mão de obra está levando os supermercadistas da região de Criciúma a considerar a possibilidade de não abrir mais aos domingos. Com uma grande oferta de empregos, muitos trabalhadores optam por vagas com horários mais convencionais, de segunda a sexta-feira ou até sábado, dificultando a operação dos supermercados aos finais de semana.
Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, Custódio Abílio da Silva, o Neném do Abimar e proprietário de uma rede de supermercados da região, comentou sobre o impacto dessa situação no setor. “Toda a região enfrenta essa dificuldade e é necessário que os supermercadistas se unam e percebam que a oferta de empregos é o que define tudo. As pessoas estão preferindo trabalhar de segunda a sexta ou sábado, e não no domingo”, afirmou.
Ele ressaltou que a falta de trabalhadores dispostos a trabalhar aos domingos tem afetado não apenas os supermercados, mas também outros setores, como shoppings e lojas em geral. “As pessoas pegam a primeira oportunidade em que não precisem trabalhar aos domingos e logo desistem da vaga”, explicou Neném, destacando que, embora compreenda a necessidade de se manter as lojas abertas, reconhece que as pessoas preferem horários mais flexíveis.
“Se eu tenho a opção de trabalhar de segunda a sexta, eu não escolheria trabalhar aos domingos”, completou.
Segundo o empresário, a solução pode estar na mudança de mentalidade do setor. “É necessário que os supermercados se unam e definam que domingo é um dia para a família, para fazer festas e reunir os entes queridos. Os supermercados podem funcionar de segunda a sábado”, sugeriu, lembrando que essa mudança não é simples, mas pode resultar em um equilíbrio entre as necessidades dos negócios e o bem-estar dos colaboradores.
Esse debate já foi levantado em reuniões entre supermercadistas, como destacou Neném. “Está tão difícil conseguir mão de obra para trabalhar aos domingos, quem sabe podemos recuar e não abrir mais”, afirmou. Embora reconheça que essa decisão possa ir contra a crescente demanda de consumo, ele acredita que investir na formação de uma nova geração de trabalhadores pode ser o caminho para solucionar o problema.
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