A corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos cresceu 6,6% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, revela estudo publicado pela Amcham-Brasil. Os valores transacionados entre os dois países chegaram a US$ 20 bilhões no período, o maior da série histórica. A relação bilateral foi superavitária em US$ 654 milhões para os EUA.
Entre os setores de maior destaque, a Amcham cita as exportações da indústria brasileira e o crescimento das importações de bens de alto valor agregado fabricados nos Estados Unidos, com ênfase em tecnologia e energia.
“Os resultados do primeiro trimestre de 2025 reforçam a qualidade e o caráter mutuamente benéfico da relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. As empresas que participam dessa relação desejam ampliar ainda mais o comércio e investimentos bilaterais”, escreveu, em nota, o presidente da Amcham Brasil, Abraão Neto.
Apesar dos bons números, a entidade ressalta que a política de elevação de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, torna o cenário à frente incerto. “É fundamental preservar as condições para que o comércio entre Brasil e Estados Unidos continue gerando inovação, empregos e desenvolvimento para ambos os países”, avalia Abrão Neto, pontuando ainda a necessidade de um ambiente comercial “previsível, transparente e construtivo”, pautado pelo diálogo.
Exportações brasileiras
As exportações da indústria brasileira aos EUA somaram US$ 7,8 bilhões entre janeiro e março, o maior valor da história para o trimestre, segundo a Amcham.
Entre os itens mais exportados, a entidade cita os sucos (alta de 74,4% em relação ao ano anterior); óleo combustíveis (42,1%) e café não torrado (34%). A carne bovina passou a figurar entre os dez produtos mais exportados, com alta de 111,8%.
Importações Brasileiras
O Brasil importou US$ 10,3 bilhões em produtos dos Estados Unidos, segundo a Amcham. A pauta foi dominada por bens manufaturados como máquinas, medicamentos, petróleo e equipamentos de processamento de dados.
Entre os maiores crescimentos, a entidade destaca que as compras de petróleo bruto aumentaram 78,3% no período.
Estadão Conteúdo