Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
Donald Trump está entrando em mais uma semana instável de guerras comerciais, enfrentando a necessidade de amenizar o conflito que iniciou com a China antes que cause danos profundos à economia americana.
O presidente chinês, Xi Jinping, rejeitou a pressão dos EUA para ligar Trump e buscar um “acordo”, após os Estados Unidos terem imposto tarifas de 145% sobre a superpotência, desencadeando um confronto direto há muito temido.
Apesar da incerteza, Trump está dando um show de satisfação com os conflitos que iniciou, e foi aplaudido de pé ao durante um evento do UFC na Flórida, na noite de sábado (12).
O presidente americano, que se autodenomina um lutador político por excelência, disse a repórteres que sua recepção foi “um tanto lendária” e mostrou que “estamos fazendo um bom trabalho”.
Mas o conflito do presidente com a China é um confronto real com riscos muito maiores. O impasse é tão sério que as economias dos EUA e da China estão intrinsecamente interligadas.
Os EUA dependem da China para eletrônicos de consumo; minerais de terras raras usados na fabricação de veículos elétricos e para aplicações militares e robótica; produtos farmacêuticos usados em medicamentos que salvam vidas; e itens básicos da vida diária, incluindo roupas e calçados.
As exportações americanas de produtos como soja e sorgo para a China são vitais para a os agricultores americanos, mas as tarifas impostas por ambos os lados são tão proibitivas que o comércio pode efetivamente parar.
Ambos os lados podem sofrer terrivelmente em uma guerra comercial generalizada, e os consumidores americanos podem ser afetados pela escassez e pela alta dos preços.
Alguns especialistas acreditam que a China, devido ao seu sistema autoritário de governo, estaria disposta a impor mais sofrimento à sua população para evitar perder o que poderia ser uma batalha decisiva com os EUA.
A capacidade de Trump de jogar a longo prazo foi questionada quando ele suspendeu as tarifas recíprocas sobre dezenas de países na semana passada por 90 dias, após as liquidações do mercado de títulos começarem a sugerir uma crise financeira em desenvolvimento.
Essa redução deve ter sido observada atentamente em Pequim. E, ao tentar aliviar uma situação delicada, Trump exacerbou outra — atacando a China com suas tarifas de 145%, em um aparente esforço para salvar a reputação.
À medida que o caos se agrava, a Casa Branca adicionou mais confusão na noite de sexta-feira (11), isentando as importações de smartphones e computadores fabricados na China da alíquota máxima, em um reconhecimento de que impostos altíssimos sobre esses itens poderiam prejudicar a indústria de tecnologia e os consumidores americanos.
No domingo (13), o governo insistiu que tais produtos ainda estariam sujeitos a novas tarifas em um nível mais baixo nas próximas semanas, levantando novas questões sobre suas posturas aparentemente não planejadas e precipitadas, que têm assustado repetidamente os mercados.
“NINGUÉM vai se livrar das balanças comerciais injustas e das barreiras tarifárias não monetárias que outros países usaram contra nós, especialmente a China, que, de longe, nos trata pior!”, comentou Donald Trump, em postagem no Truth Social.
“Não houve nenhuma ‘exceção’ tarifária anunciada na sexta-feira. Esses produtos estão sujeitos às tarifas de 20% para o fentanil existentes e estão apenas migrando para um ‘grupo’ tarifário diferente. As notícias falsas sabem disso, mas se recusam a noticiar”, acrescentou.
CNN
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