
Mais duas pessoas foram condenadas por matar trabalhador por engano em Porto União, no Planalto Norte catarinense. Outros dois homens já haviam recebido pena pelo crime, que ocorreu em março de 2024. Everson Moreira foi confundido com irmão de mandante e morto enquanto esperava um ônibus.

Mais duas pessoas são condenadas por matar trabalhador por engano em SC – Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/ND
A sessão do júri, que condenou o mandante do crime e o responsável por vender a arma de fogo usada no assassinato, durou 21 horas e foi realizada entre os dias 10 e 11 de abril.
Condenação
O mandante do crime, um homem de 42 anos, foi condenado a 10 anos e seis meses de prisão, de acordo com o portal JMais. Conforme a denúncia, o réu teria ficado revoltado com a absolvição de seu irmão, que supostamente teria abusado sexualmente sua filha.
Com a absolvição, ele buscou fazer “justiça com as próprias mãos” e organizou o assassinato do próprio irmão. Ele comprou a arma com um homem acusado de ter ligações com uma facção da cidade, e que também o ajudou a articular o crime, segundo a denúncia.
O vendedor da arma, um homem de 27 anos, foi condenado a 24 anos e oito meses de prisão. Ambos já estão presos e deverão cumprir as penas em regime fechado.
Absolvição
Um terceiro acusado, um homem de 32 anos, foi absolvido de todas as acusações e considerado inocente. Na denúncia, ele era apontado como braço direito do condenado que comercializou a arma.
Ele também foi acusado de receber a ordem para encontrar alguém para cometer o crime e articular toda a ação que foi executada por outros dois homens – condenados em 29 de novembro de 2024.
Acusados de matar trabalhador por engano são condenados em SC
Relembre crime
A vítima teria sido confundida com um colega de trabalho que utilizava um ponto de ônibus da mesma rota, no bairro São Francisco, a 800 metros do local do crime. O uniforme da empresa usado pelo trabalhador foi uma característica que levou ao engano pelo atirador.
O trabalhador estava no ponto de ônibus para ir ao trabalho, acompanhado de uma mulher e outro homem. De repente, uma motocicleta com duas pessoas se aproximou e o garupa efetuou diversos disparos. Everson chegou a ser socorrido mas morreu no hospital.
Um dos colegas que estavam no ponto de ônibus era um homem identificado como Juliano. Ele afirmou à Polícia Civil acreditar que seria o alvo dos disparos, e não Everson.
“No próprio local, a gente tinha duas testemunhas. Uma senhora que pegava o ônibus ali com ele. E um outro homem. Um tal de Juliano, que era companheiro de trabalho. Esse tal de Juliano, que seria colega dele, já começou a afirmar que a vítima, Everson, foi por engano, e que os disparos deveriam ser para ele”, afirmou o delegado Eduardo de Mendonça na época do crime.
As equipes de investigação passaram duas semanas analisando imagens de câmeras de monitoramento e ouvindo testemunhas e informantes para identificar os autores do crime.

Câmeras de segurança ajudaram a identificar suspeitos – Foto: Polícia Civil/Reprodução/ND
A sessão do Tribunal do Júri que condenou os dois primeiros acusados ocorreu no dia 29 de novembro. Eles receberam penas de 18 anos e oito meses e 20 anos e 10 meses de prisão, respectivamente, em regime fechado. A pena menor foi aplicada ao homem que pilotava a motocicleta usada no homicídio, e a maior para o autor dos disparos.