Deputado e comandante da PM são alvo de operação da PF por venda ilegal de armas

Comandante-geral Miramilton Goiano e estadual Rarison Barbosa (PMB) negam que estejam envolvidos no esquemaReprodução/ Redes Sociais

A Polícia Federal deflagrou duas operações, nesta quarta-feira (23),  para investigar a venda ilegal de armas e munições em Roraima. Entre os alvos da operação estão como alvos o deputado estadual Rarison Barbosa (PMB) e o comandante-geral da Polícia Militar do estado, coronel Miramilton Goiano de Souza. 

Ao todo, 16 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos. Pela manhã, agentes federais realizaram buscas na residência do coronel Miramilton, localizada no bairro Cinturão Verde, em Boa Vista. Além dele, outros policiais também foram estão entre os alvos. 

Dois filhos do coronel, ambos policiais penais e estudantes de medicina em São Paulo, também estão entre os investigados. 

Em nota ao g1, Rarison Barbosa, que além de deputado estadual é policial penal, negou qualquer envolvimento com atividades ilícitas:

“Fui surpreendido pela operação e desconheço os motivos pelos quais fui associado. Nunca tive envolvimento com atividades ilícitas, especialmente no que diz respeito ao comércio de armas.” O deputado também afirmou confiar na Justiça e que está cooperando para o esclarecimento dos fatos.

O coronel Miramilton Goiano, por sua vez, negou participação em crimes e afirmou que suas armas são legalizadas, destacando seu registro como CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). Ele também não foi chamado para prestar depoimento até o momento.

A investigação da PF aponta uma “intensa negociação de munições e armamentos” pelos suspeitos de forma ilegal. Em nota, o governo do estado, que é responsável pela nomeação do comando da PM, declarou que abrirá um processo administrativo disciplinar contra todos os envolvidos, seguindo determinação do governador Antonio Denarium. 

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A Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) informou que acompanha o caso e reforçou seu compromisso com a legalidade e a transparência.

O coronel Miramilton ocupa o cargo mais alto da PM de Roraima desde fevereiro de 2023. Nos últimos meses, ele também passou a ser investigado por suspeita de interferência no assassinato de um casal de agricultores, no chamado “Caso Surrão”. 

Além disso, mais de 100 policiais militares estão sendo investigados pelo Ministério Público sob a gestão de Miramilton, por crimes que vão desde sequestro a tráfico e homicídios.

Rarison Barbosa está em seu primeiro mandato como deputado estadual, eleito em 2022 com 3.200 votos. Antes de entrar na política, ele foi presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Roraima (Sindpen). Durante sua candidatura, declarou possuir R$ 595 mil em bens.

Confira a nota de Rarison Barbosa

Em respeito à população e à transparência que sempre norteou a minha atuação, venho a público esclarecer os fatos relacionados à operação que investiga a suposta venda ilegal de armas. Fui surpreendido ao saber que meu nome está vinculado a esta investigação e, desde já, reafirmo que estou à disposição para contribuir com as autoridades competentes, como sempre fiz em todas as situações em que a verdade precisa ser esclarecida.   Desconheço os motivos pelos quais fui associado a esta operação, uma vez que nunca tive qualquer envolvimento com atividades ilícitas, especialmente no que diz respeito ao comércio de armas. Tenho plena confiança na Justiça e na atuação das instituições responsáveis pela apuração dos fatos. Neste sentido, sigo cooperando de maneira proativa para que todas as circunstâncias sejam elucidadas o mais rápido possível. Reitero meu compromisso com a legalidade, a ética e o respeito as leis, valores que sempre pautaram minha trajetória política e pessoal. Aguardo com serenidade o desenrolar das investigações, certo de que a verdade prevalecerá e tudo será devidamente esclarecido.

Confira a nota de Miramilton

 

O Comandante da Polícia Militar do Estado de Roraima, Cel. Miramilton, esclarece que sempre pautou sua atuação profissional pelo mais estrito cumprimento da lei. Na condição de policial militar possui armas legalizadas e, portanto, registradas pela Polícia Federal. Além disso, é instrutor de tiro e Coleciona-dor, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Ressaltamos, ainda, que nunca sequer foi chamado para prestar esclarecimentos sobre o aludido fato e nega veementemente qualquer participação em atos delituosos. As medidas judicias serão tomadas para restabelecimento da Justiça

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