O retorno de Evaristo Costa ao Brasil depois de anos vivendo na Inglaterra não foi exatamente como ele imaginava. Longe dos estúdios da TV, o ex-âncora do Jornal Hoje buscava apenas uma dose de alegria brasileira no Carnaval de Salvador — mas acabou voltando para casa com marcas físicas e emocionais.
Em entrevista a uma rádio local, o jornalista, de 48 anos, revelou ter sido vítima de agressão por parte da Polícia Militar da Bahia durante a festa. “A forma que eles vêm é uma forma de ostentação, para impor respeito. Eu apanhei e não precisava”, contou, ainda visivelmente abalado. “Eles vêm com o cacetete e tem que sair da frente, eu não estava ligado nisso. Não precisa bater em quem está se divertindo”, desabafou.
Para alguém que já havia revelado sofrer de pânico em multidões, a experiência, que deveria ser de superação, se tornou um novo trauma. “Tenho medo de fugir um pouco do controle, mas foi tão respeitoso, foi tão bom, tão alegre”, disse ele sobre os momentos em que conseguiu aproveitar a festa antes da abordagem.
Em nota, a Polícia Militar da Bahia declarou que preza por uma atuação pautada “na legalidade, na preservação da ordem pública e no respeito aos direitos fundamentais”. A corporação afirmou ainda que os protocolos de segurança existem para garantir a integridade dos envolvidos, sem comentar diretamente o caso do jornalista.
O episódio reabre o debate sobre abordagens violentas e desproporcionais por parte de forças de segurança, especialmente durante grandes eventos populares. Evaristo, com sua visibilidade e coragem de relatar o ocorrido, dá voz a muitos foliões anônimos que enfrentam situações semelhantes, mas raramente são ouvidos.
Talvez, neste Carnaval, quem saiu fantasiado de cidadão foi Evaristo — mas, infelizmente, descobriu que nem sempre o direito à alegria vem sem riscos.