O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), afirmou nesta quinta-feira (10) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou sua equipe a agir com cautela diante do aumento de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Os nossos canais estão abertos e sempre deixamos claro para o governo dos EUA que, pela sua dimensão, o Brasil não pode ceder à vontade de algum bloco. Sempre temos que investir no multilateralismo”, declarou.
Segundo Haddad, a recomendação é aguardar novos desdobramentos antes de adotar qualquer medida e estar aberto ao diálogo.
“O presidente está pregando que deve haver muita prudência no momento. Temos que aguardar o posicionamento final para saber como proceder”, disse a jornalistas em Brasília.
O governo brasileiro acompanha os efeitos do aumento das tarifas norte-americanas sobre produtos chineses, que chegaram a 125%, além de medidas que atingem outros países, como o Brasil, que teve determinados produtos taxados em 10%
A elevação das tarifas faz parte de um novo pacote comercial anunciado por Trump, em meio à intensificação da disputa comercial entre Estados Unidos e China.
De acordo com Haddad, o Ministério da Fazenda está realizando análises sobre os impactos potenciais das decisões do governo norte-americano.
“Como as coisas mudam a cada 24 horas, ainda não há uma diretriz clara, então não é possível, nesses poucos dias transcorridos, fazer uma avaliação criteriosa”, afirmou.
O ministro também destacou que o Brasil não pretende adotar postura de confronto e que tem buscado manter um relacionamento baseado no diálogo com os Estados Unidos.
“O Brasil está aumentando o comércio exterior com todos os três grandes blocos. Isso vale também não só para commodities, mas para outros bens e serviços”, explicou.
Segundo ele, o governo brasileiro tem adotado uma postura de equilíbrio nas negociações internacionais.
Incertezas comerciais
As declarações do ministro ocorrem em um momento de incertezas no cenário do comércio global.
Com o novo pacote de tarifas anunciado por Trump, países exportadores, como o Brasil, avaliam os possíveis reflexos sobre suas economias. Ainda não há definição sobre eventuais contramedidas por parte do governo brasileiro.
