Depois de atacar a ESPN, a CBF manda dizer que também está aborrecida com Galvão Bueno

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A crise entre a CBF e a imprensa brasileira ganhou um novo capítulo — e um alvo de peso. Após impor a suspensão de seis jornalistas da ESPN por terem comentado a reportagem da revista Piauí, agora a entidade mandou dizer que está aborrecida com ninguém menos que Galvão Bueno. No programa “Galvão e Amigos”, exibido na segunda-feira (7), na Band, o narrador fez críticas diretas à gestão de Ednaldo Rodrigues, questionando os R$ 200 mil mensais pagos a presidentes de federações, o modelo de votação interna que perpetua caciques no poder.

Galvão falou o óbvio com a autoridade de quem tem uma vida inteira dedicada ao futebol: a CBF virou um bunker político onde a prioridade é manter o sistema funcionando para os mesmos de sempre. “Tem gente há 30 anos lá dentro. Ninguém sabe o que fazem, ninguém presta conta de nada”, disse ele, em tom indignado. Bastou isso para que a cúpula da confederação passasse a circular nos bastidores sua insatisfação com o ícone do jornalismo esportivo.

A tentativa da CBF de silenciar críticas — seja punindo jornalistas da ESPN, seja agora tentando silenciar Galvão — escancara o tamanho do incômodo com qualquer voz dissonante. É uma postura que beira o autoritarismo, em que toda discordância vira “ataque”, e todo jornalista vira inimigo. Mas o problema está longe de ser pessoal: o que está em jogo é a liberdade de imprensa, a transparência no futebol e o direito da sociedade de saber o que está sendo feito com seu esporte mais popular.

A hora é de reação. A mídia não pode se dobrar. O Ministério Público deve apurar se há abuso de poder ou tentativa de censura institucionalizada. Os patrocinadores precisam repensar seus apoios. E os torcedores — os verdadeiros donos da paixão nacional — têm o dever de se posicionar. Porque se deixarmos a CBF decidir quem pode ou não falar, estaremos entregando o futebol nas mãos de quem quer calar, esconder e punir. E isso, definitivamente, o Brasil não pode aceitar.

O que Galvão falou de Ednaldo

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