As bicicletas elétricas vem se popularizando nos últimos anos. O movimento é percebido nos dados do setor, que apontam crescimento nas vendas de e-bikes, e está em linha com o aumento do interesse dos brasileiros em trocar de meio de transporte. De acordo com a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), o segmento cresceu 12% em 2023. Nesse ritmo, o índice deve registrar elevação de 34% em 2025, segundo expectativas da associação. Isso significa cerca de 300 mil bicicletas elétricas circulando pelo País até o final deste ano.
Somado ao aquecimento do mercado, uma recente pesquisa da Descarbonize Soluções, empresa especializada em energia limpa, revela o interesse dos brasileiros em trocar outros meios de transporte por uma bicicleta elétrica. O estudo foi feito por meio de um questionário online compreendendo todos os Estados do País, com 500 pessoas a partir dos 16 anos de idade.
MODAL ECONÔMICO
De modo geral, 49% dos entrevistados afirma que usariam bicicletas elétricas no dia a dia com alternativa aos veículos a combustão, como carros, motos ou mesmo ônibus, índice que em São Paulo é de 46%. A principal razão para a troca é a economia financeira (15%). Na sequência, aparece a redução do impacto ambiental, citada por 14% dos participantes do estudo. “Ainda é necessário que sejam feitos investimentos públicos e privados para que o cenário seja mais acessível, mas os dados mostram um interesse da população em colaborar com as iniciativas ambientais”, diz Antônio Lombardi Neto, diretor de tecnologia da Descarbonize Soluções.
CIDADES PARA CICLISTAS
A pesquisa reforçou a importância da infraestrutura cicloviária como forma de incentivar a mobilidade ativa. Conforme 55% dos entrevistados, suas respectivas cidades têm ‘alguma estrutura’ para os ciclistas, mas o cenário ainda pode melhorar. No Estado de São Paulo, esse número chega a 60%.
Já 25% dos brasileiros entrevistados considera que o local onde vivem possui uma ótima infraestrutura, número que é de 27% em São Paulo. Por outro lado, 19% entende que suas cidades não dispõem de estrutura nenhuma, questão que leva em conta itens como sinalização, bicicletários, integração e manutenção desses espaços.
Embora o crescimento da malha cicloviária brasileira nos últimos anos seja real, ela fica aquém do que poderia ser feito. Outro resultado do estudo corrobora com esse ponto de vista: sete em cada dez brasileiros entrevistados utiliza a bicicleta para locomoção pelo menos uma vez na semana. Já a média de uso é de três vezes por semana e apenas 8% pedala diariamente. Já 75% dos participantes do estudo afirma que veem bicicletas circulando diariamente em suas respectivas cidades.
DESTAQUES DO ESTUDO
– 6 em cada 10 paulistas utilizam a bicicleta pelo menos uma vez na semana;
– 2 vezes por semana é a média de uso da população;
– 46% usaria bicicletas elétricas no dia a dia como alternativa aos veículos a combustão, como carros, motos ou ônibus;
– Para 60% dos paulistas, o Estado possui ‘alguma estrutura’ para ciclistas, mas pode melhorar;
– 27% considera que São Paulo possui ótima infraestrutura;
– 13% entende que o Estado não dispõe de estrutura nenhuma.
Estadão Conteúdo