
Sargento será submetido a Conselho de Disciplina por suspeita de exigir vantagem indevida de outros PMs. Procurado pelo g1, Blaz, que também é ex-comandante do 2º BPM (Botafogo), negou as denúncias, que classificou como “absurdas”. Tenente Coronel Ivan Blaz, em foto de quando ainda era Major e Porta-voz da PM do Rio
Reprodução/TV Globo
A Corregedoria da Polícia Militar do Rio investiga o ex-comandante do 2º BPM (Botafogo), o tenente-coronel Ivan Blaz, por permitir que um policial investigado por tentativa de extorquir dinheiro de colegas continuasse no Serviço Reservado (P2) da unidade.
Procurado pelo g1, o ex-porta voz da PM negou as denúncias. (leia mais ao final do texto)
Blaz , segundo o boletim reservado da corporação, é investigado porque o corregedor-geral da PM reconheceu indícios dos seguintes crimes na atuação do oficial:
prevaricação (de retardar, deixar de praticar ou praticar indevidamente um ato de ofício com o intuito de satisfazer interesses pessoais)
violação de sigilo funcional.
O órgão ainda determinou que o sargento Alexandre Eduardo Nascimento seja investigado por exigir que dois colegas pagassem a ele R$ 1 mil para manter o policiamento próximo ao serviço de trânsito realizado por esses agentes.
Os agentes realizaram a denúncia na corregedoria contra o sargento, que será submetido ao conselho de disciplina da corporação por concussão (quando um funcionário público exige vantagem indevida). Segundo as denúncias, ele se dizia “apadrinhado”.
Depois disso, de acordo com o boletim reservado da PM, Nascimento foi transferido para a P2 (Serviço Reservado) mesmo após Blaz, que comandava o batalhão, ter ficado ciente das denúncias de exigência de quantia indevida.
Os policiais da P2 atuam à paisana e são responsáveis por coletar informações, realizar investigações e monitorar atividades suspeitas para apoiar operações policiais e garantir a segurança pública
Outros dois oficiais também foram responsabilizados por não reportar a denúncia aos escalões superiores da PM e por manter Nascimento na P2.
Procurada, a PM do Rio enviou uma nota afirmando que “instaurou um procedimento apuratório para apurar as responsabilidades de todos os agentes envolvidos na denúncia”.
Blaz nega
O ex- porta voz da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, atual Tenente Coronel Ivan Blaz
Reprodução/ TV Globo
Procurado pelo g1, Blaz afirmou que o policial em questão não era investigado quando foi colocado no Serviço Reservado do batalhão, e classificou a denúncia como “absurda”.
Em um áudio, ele alegou que não há indícios em texto, áudio ou vídeo que comprovem qualquer transferência após a suposta concussão, e que os policiais que fizeram as denúncias não foram movimentados do serviço durante a gestão de Blaz no 2º BPM.
“Como que a gente pode ser acusado de algo dessa natureza? Não há qualquer prova que confirme essa denúncia absurda. Essa situação é ridícula. O acusado ter que provar que é inocente”, afirmou Blaz.
Exonerado após invasão
Comandante de batalhão é afastado após denúncia de invasão de prédio na Zona Sul do Rio
Em janeiro, Blaz foi exonerado do cargo de comandante do batalhão de Botafogo após invadir um prédio no Flamengo, na Zona Sul do Rio. Um vídeo mostrou toda a ação.
Blaz alegou que queria prender um traficante após uma denúncia anônima de que o criminoso estaria em um dos apartamentos do prédio.
Segundo a denúncia anônima, obtida pelo g1, o traficante Peixão estaria na casa do pai, um senhor de 70 anos, no condomínio. O documento mostra que a denúncia foi feita às 15h58 do dia 10 de janeiro.
No documento não consta o nome completo do suposto traficante, mas o apelido é o mesmo de um dos mais procurados do Rio, Álvaro Malaquias Santa Rosa.
Uma hora depois, Blaz foi até o local, acompanhado de uma mulher, que também seria policial. Ambos estavam à paisana, ou seja, sem o uniforme policial. Blaz estava de bermuda e com a camisa amarrada na cabeça.