Juiza dá 24h para que gestão Trump apresente provas contra Mahmoud Khalil

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Uma juíza dos Estados Unidos estabeleceu na noite desta terça-feira (8) o prazo de 24 horas para que o governo de Donald Trump apresente provas contra Mahmoud Khalil, 30, preso desde 8 de março sob a acusação de apoiar o grupo terrorista Hamas em manifestações pró-Palestina na Universidade Columbia.

O prazo foi definido pela magistrada Jamee Comans, que julga casos relacionados à migração. Se as autoridades não fornecerem provas de crimes ou irregularidades que tenham sido cometidos por Khalil, a ação será encerrada na próxima sexta-feira (11), ela acrescentou. Com isso, o ex-aluno pode ser solto.

O anúncio foi feito em um tribunal de Jena, na Louisiana, onde Khalil atualmente está detido. Marc Van Der Hout, advogado do ex-aluno, estava na audiência. Segundo ele, um mês após a detenção, o governo não havia apresentado qualquer material que justificasse a ação ou as ameaças de deportação.

“O que este caso realmente trata é se os residentes permanentes legais -e outros imigrantes neste país- podem falar sobre o que está acontecendo na Faixa de Gaza, ou quaisquer outros assuntos importantes de discussão no discurso nacional sem medo de deportação por expressas crenças que são protegidas pela Primeira Emenda”, disse Van Der Hout. “Os cidadãos dos EUA serão os próximos?”

A Primeira Emenda da Constituição americana garante o direito à liberdade de expressão e reunião. Após a audiência, os advogados do Departamento de Segurança Interna disseram à juíza Comans que eles enviariam as provas até às 17h desta quarta-feira (9) no horário local (19h em Brasília).

A prisão de Khalil, residente permanente nos EUA, foi criticada por grupos que atuam com direitos humanos e que descreveram a ação como um ataque à liberdade de expressão e ao devido processo legal. Mais de cem legisladores democratas da Câmara americana questionaram a legalidade da detenção em uma carta enviada ao governo do presidente Donald Trump. O caso ainda motivou protestos em várias cidades, inclusive em Nova York.

Os advogados do Departamento de Justiça afirmam que Khalil está sujeito à deportação porque o secretário de Estado, Marco Rubio, determinou que sua presença no país poderia ter “consequências adversas para a política externa”.

Mas o governo não explicou como ele poderia prejudicar a política externa americana. Trump, por sua vez, acusou o ex-estudante de apoiar o Hamas, o que é negado pela equipe jurídica de Khalil.

Trump prometeu deportar ativistas pró-palestinos que participaram de protestos em campi universitários americanos contra a guerra de Israel em Gaza. Segundo o republicano, muitos dos manifestantes são antissemitas e apoiam grupos terroristas.

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