A equipe Robot’s District, formada por estudantes do Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF), representará Brasília na For Inspiration and Recognition of Science and Technology (First) Championship 2025. Esse torneio de robótica que acontecerá em Houston, nos Estados Unidos, é uma oportunidade para que as instituições mostrem a força da educação em tecnologia e inovação do Distrito Federal. As disputas ocorrerão entre os dias 16 a 19 de abril.
A First é uma organização estadunidense que promove o interesse de jovens por ciência, tecnologia, engenharia e matemática (as áreas que compõem a abordagem educacional STEM). Na competição, adolescentes do mundo todo vão disputar na modalidade First Robotics Competition (FRC), em que precisam criar e programar robôs para cumprir algumas missões. A equipe brasiliense conquistou a vaga depois dos resultados de dois torneios realizados em março, em Brasília e em São Paulo. Em ambos os eventos, o desempenho do robô da equipe, que se chama Vespa, levou o time às classificatórias e lhe rendeu o Prêmio Excelência em Engenharia.
A equipe Robot’s District é formada por talentos do Sesi-DF e Senai-DF, que são: Ana Luiza Nascimento, Andrei Andrade, Cleber de Jesus Silva, Davi de Queiroz, Henrique Neves, Maria Vilas Boas, Matheus Xavier, Nicollas Trindade, Nilo Borges, Pablo Scarlassara, Pedro Paulo Balbino, Rafael Gadelha, Samara Paula Machado e Sophia Nascimento.

Expectativa do que vem pela frente
Uma das componentes do grupo, a estudante Sophia Nascimento da Silva, 16 anos, é veterana em competições de robótica, tendo participado inicialmente da temporada da First Lego League Challenge (FLL), onde os robôs são montados com peças de Lego, por alunos de 9 a 15 anos. Atualmente, cursando o 2º ano do ensino médio, Sophia participa junto com os outros 13 membros do time, no segmento voltado para estudantes do ensino médio, que constroem robôs com até 1,06 metros de altura e 52 quilos. Como participante assídua na competição, a expectativa para a viagem é enorme. “Foi uma preparação e um esforço muito grande da equipe como um todo. Foram horas de trabalho, e nós somos mais do que merecedores”, afirmou.
Para a estudante, a sensação é de dever cumprido, mas com muitas expectativas em relação ao mundial. “Estou ansiosa para ver o que vamos encontrar, o que vamos viver e toda a experiência de estar em um torneio mundial com equipes do mundo inteiro. A ansiedade é enorme”, comentou. Sophia também é uma das responsáveis pela documentação dos projetos de ações sociais do time. Ela acredita que essa oportunidade terá um impacto significativo no futuro profissional de todos os participantes. “É algo que vai refletir muito no nosso ambiente profissional, nas nossas carreiras e nos nossos sonhos”, acrescentou.
A experiência de Sophia é mais uma peça que complementa toda a força do grupo, que com outros alunos como Pablo Scarlassara, 16 anos, têm aperfeiçoado o trabalho para que o robô da equipe se desenvolva cada vez mais. Como Pablo, aluno do 2º ano do ensino médio, explica, o projeto deles foi batizado de Vespa devido à semelhança visual com o inseto, quando visto de frente. A estrutura pesa 52 quilos e tem 70,6 centímetros de largura e 93 de altura. O mecanismo de elevador, utilizado para auxiliar na captura de peças na arena de jogo, pode alcançar 2,3 metros e, assim como outros componentes do robô, passou por diversas versões, desde janeiro até chegar à final.

Com mecanismos inovadores e consistentes, Pablo explica que, na última semana antes da competição internacional, o grupo está aprimorando as funcionalidades do robô. “Nós estamos aprendendo com o que deu certo e o que pode melhorar para o mundial”, disse ele. Os robôs precisam marcar pontos em desafios temáticos preestabelecidos na área do jogo. Entre as missões, duas consistem em colocar os corais em um recife e algas em redes. Nos primeiros 15 segundos da partida, os robôs operam de forma autônoma. Nos 2 minutos e 15 segundos restantes, a operação fica a cargo dos adolescentes. “Nosso robô tenta atender o máximo de formas de pontuar possíveis na competição”, completou Pablo.
Dedicação e experiência
O instrutor de Eletroeletrônica do Senai-DF, Eduardo Souza de Oliveira, é um dos técnicos da equipe Robot’s District desde o final de 2023. “Nós conseguimos superar as dificuldades que tivemos desde então e, juntos, conseguimos ser classificados no top 7 das 64 equipes do Brasil nas classificatórias do primeiro ano de participação”. Ele observa que isso foi um grande feito e deu um impulso para o ano seguinte. “Foi um ano de muito preparo, e agora os alunos adquiriram experiência na competição”, frisou.
A competição muda o desafio a cada ano, e este não seria diferente, com o tema ‘First Dive’, no qual os grupos são desafiados a utilizar habilidades nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática para explorar a vida no fundo do mar. Eduardo destaca que os alunos conseguiram alcançar as metas dentro da proposta. “Este ano, em Brasília, ganhamos um prêmio pela primeira vez e, em São Paulo, conquistamos essa categoria novamente. Isso reforça o bom trabalho que a equipe fez, e fomos coroados com a vaga para o First Championship”, finalizou.