Quando recuperou seus direitos políticos e tornou claro que voltaria a disputar eleições, o ex-deputado e ex-ministro José Dirceu morava no Sudoeste, em Brasília, mas dava-se como certo que concorreria a deputado federal por São Paulo.
Foi o próprio Dirceu que, em sua festa de 79 anos, empolgado, falou em concorrer pelo Distrito Federal. Foi logo desmentido pelo presidente regional do PT, Jacy Afonso. Dirceu concorreria mesmo por São Paulo.
Afinal, fora lá que conseguira seus três mandatos anteriores. Em 1990 elegeu-se federal com 35.359 votos. Em 94 preferiu concorrer a governador e ficou em terceiro lugar, com 2.085.190. Voltou à Câmara em 1998, com 113.659, e em 2002, como coordenador da campanha presidencial de Lula, recebendo 556.563. Cassado após o mensalão, não voltou a disputar eleições. Até o ano que vem.
Dúvida persiste
Antes do desmentido de Jacy Afonso, a candidatura brasiliense criou alarde. O ex-governador e ex-senador Cristovam Buarque chegou a ser desafiado a concorrer também, para ver quem alcançava mais votos.
No PT, muita gente quer ver José Dirceu concorrendo: acreditam que ele puxará outros candidatos, graças à votação que alcançara.
Historicamente limitado a uma cadeira, desde o desastre eleitoral do final do governo Agnelo, o PT teria dois ou até três deputados federais, além de liberar Erika Kokay para deixar a Câmara e tentar o Senado.
Mas, embora Dirceu evite definir de público onde concorrerá, Jacy Afonso diz que isso tudo não passa de especulação. O próprio Cristovam não vê sentido: em um eleitorado muito mais amplo que a Capital, São Paulo permitirá que o ex-ministro repita os recordes eleitorais do passado. E Jacy garante também que o PT conta com outros nomes para reforçar sua bancada.
