Em 2022, o padre Lucas Gonçalves descobriu ser portador do linfoma de Hodgkin, câncer que se origina nos linfonodos, órgãos do sistema linfático, presente em todo o corpo, como pescoço, axilas, virilha, tórax e abdome. Ordenado sacerdote em Brasília e pároco da Paróquia Jesus de Nazaré, em Samambaia Sul, padre Lucas arregaçou as mangas e, apoiado pela comunidade, deu início, então, ao tratamento médico, que já atravessou diversas fases e protocolos. Recentemente, recebeu outro diagnóstico, agora de um tumor no mediastino. Neste 8 de abril, Dia Mundial de Combate ao Câncer, ele comemora mais um ano de vida e luta.
“Eu passei por quimioterapia oral, fui para a venosa, para a imunoterapia e hoje, com o avanço da doença, faço a químio combinada com imunoterapia, em São Paulo, a cada 45 dias, além receber medicação venosa para o pulmão semanalmente em Goiânia. É uma doença que ataca o sistema imunológico, trazendo fadiga, o que alterou muito a minha rotina”, explica padre Lucas. Por isso, ele reserva as manhãs, de menos ânimo, para oração, leituras, estudos, atendimentos a distância e relacionamentos pelas redes sociais. À tarde, cuida da parte burocrática da paróquia, prepara os muitos eventos realizados todo o tempo na Jesus de Nazaré, segue para atendimento às confissões e celebra missas diariamente – especialmente lotadas aos domingos.



Muito querido por sua comunidade, o padre diz saber que está vivo por milagre de Deus e destaca as tantas pessoas que, nesses anos de caminhada na doença, o ajudaram e que ele conheceu. “É muita graça recebida por meio dessa situação e, por isso, agradeço a Deus e mantenho sempre minha fé inabalável. Sei que estarei aqui enquanto Ele assim designar e luto para viver intensamente minha missão como sacerdote todos os dias, sem me deixar abater. Desde o início, tive a clareza de não me resignar à doença, mas me resignar somente a Deus. Sei que há um propósito para isso e quero me entregar totalmente ao meu serviço enquanto for possível”, acrescenta o padre.
Para o sacerdote, encarar a doença com coragem e determinação é uma forma de viver intensamente cada dia. “Aconteceram muitas coisas boas na minha vida nos últimos anos, principalmente pessoas que se levantaram por mim, estenderam a mão, estão comigo e me sustentam em tudo. Isso é uma grande alegria”, acrescenta.
Os altos custos do tratamento têm sido bancados pelas diversas ações desenvolvidas por uma comunidade solidária, se estendendo por todo o DF e a outros estados. Entre rifas e leilões, doações e todo tipo de evento gastronômico – como churrascos, macarronadas, tardes e pastel e outros temas criados pelos apoiadores –, até agora, os custos têm sido cobertos com sacrifício e força de vontade especialmente pelos moradores de Samambaia, que se desdobram para colaborar.
É possível colaborar para o tratamento do padre Lucas no link – Campanha pelo tratamento do Pe. Lucas dos meses de Abril a Junho.