
Empresário foi um dos alvos da Operação Tripeiros, que teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias eletrônicas e lavagem de dinheiro. Irmão de Igor Peretto (à esq.), Maurício Peretto foi preso em operação da Polícia Federal
Redes sociais e Divulgação/PF
A defesa de Maurício Peretto, o empresário preso em uma operação da Polícia Federal (PF) com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias eletrônicas e lavagem de dinheiro, entrou com pedido de habeas corpus para ele.
Maurício é irmão de Igor Peretto, o comerciante morto a facadas após descobrir uma suposta traição da esposa em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
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Igor foi morto no dia 31 de agosto de 2024 no apartamento da irmã. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o assassinato foi premeditado por Rafaela Costa (viúva), Marcelly Peretto (irmã) e Mario Vitorino (cunhado e sócio). O trio foi preso pelo crime.
Irmão de Igor e Marcelly, Maurício foi um dos alvos da Operação Tripeiros, realizada pela PF no dia 1º de abril, que cumpriu quatro mandados de prisão e quatro de busca e apreensão na Baixada Santista.
O empresário foi surpreendido pela equipe policial no próprio apartamento no bairro Canto do Forte, também em Praia Grande. Ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente, cidade vizinha.
O advogado Felipe Pires de Campos, que representa Maurício, negou o envolvimento do cliente e das empresas dele com a organização criminosa investigada pela PF. Ao g1, ele informou que entrou com dois pedidos de habeas corpus. “Ao juízo de 1º grau e ao Tribunal”, explicou, acrescentando que a defesa aguarda decisão da Justiça.
Anteriormente, o advogado afirmou que Maurício havia sido “pego de surpresa”, mas estava confiante de que tudo seria esclarecido.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF em diversos estados
Divulgação/PF
Operação
A Operação Tripeiros foi resultado de um ano e meio de investigação. De acordo com a Polícia Federal, o foco eram os chefes da organização, os executores das fraudes e os integrantes que tinham função de incorporar pessoas utilizadas como “laranjas” pelo grupo criminoso.
PF realiza operação contra organização criminosa especializada em fraudes bancárias
A operação buscava cumprir 12 mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Ceará. Conforme apurado pela TV Tribuna, afiliada da Globo, quatro mandados de prisão foram cumpridos na Baixada Santista: um em São Vicente, um em Itanhaém e dois em Praia Grande.
Os presos na região teriam o papel de incorporar os “laranjas” para receberem o dinheiro das fraudes. Além disso, outros quatro de busca e apreensão foram cumpridos nos mesmos endereços.
Segundo a PF, a organização criminosa chegou a furtar, em um só dia, aproximadamente R$ 1 milhão. O valor foi distribuído ao menos a 70 contas de laranjas de diversos estados, como: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Ainda de acordo com a corporação, os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, furto qualificado mediante fraude e organização criminosa.
Em nota, a PF informou que a expectativa é que a operação contribua com a desarticulação dessa rede criminosa e com a recuperação dos recursos desviados.
Caso Igor Peretto
Casais estavam dentro do apartamento onde Igor Peretto foi encontrado morto em Praia Grande (SP)
Yasmin Braga/g1 e Reprodução/Redes Sociais
O crime aconteceu em 31 de agosto no apartamento da irmã de Igor, em Praia Grande. Dentro do imóvel estavam a vítima, Marcelly e Mário Vitorino. Rafaela chegou com Marcelly ao apartamento, mas o deixou 13 segundos antes do marido chegar com o suspeito pelo assassinato.
De acordo com os depoimentos do trio e dos advogados, a viúva Rafaela tinha um caso com Mário. Além disso, o advogado de Marcelly chegou a dizer que a cliente e Rafaela tiveram um envolvimento amoroso no local antes da chegada de Igor e Mario no apartamento.
Igor Peretto foi morto a facadas e teria ficado tetraplégico [sem movimento do pescoço para baixo] se tivesse sobrevivido. A informação consta em laudo necroscópico obtido pelo g1.
O trio acusado de envolvimento participou de uma audiência de instrução no Fórum da cidade no dia 20 de março. No entanto, o g1 apurou que, por conta da quantidade de testemunhas a serem ouvidas, o juiz determinou um novo encontro para o próximo dia 7 de maio.
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