“Olha o gol… e olha o vexame!”. Galvão fora da Globo, o grito continua, a estrutura nem tanto

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Em menos de uma semana, Galvão Bueno viveu duas estreias que sintetizam, com ironia e alguma dor de cabeça, a dura realidade de trabalhar fora da Globo. Aos 74 anos, o maior narrador esportivo do Brasil — e ainda um dos mais carismáticos da televisão — foi o protagonista de dois momentos que, apesar do alarde promocional, entregaram menos do que prometiam.

Primeiro foi a estreia do programa Galvão e Amigos, na Band, exibido na segunda-feira (31). Com um time de peso — Casagrande, Mauro Naves, Falcão e Ronaldo Fenômeno como convidado especial —, a atração registrou apenas 1,4 ponto de audiência na Grande São Paulo. Muito aquém do que se esperava de uma figura como Galvão, e insuficiente até para entrar no top 5 da emissora. A verdade é que o programa passou quase despercebido, mesmo tendo a grife de seu nome no título.

Dias depois, neste sábado (5), veio o segundo capítulo: a tão promovida volta de Galvão às narrações, agora pelo Amazon Prime Video, na transmissão de Corinthians x Vasco direto da Neo Química Arena. A plataforma passou a semana inteira anunciando a presença de Galvão como o grande trunfo — uma jogada de marketing certeira, não fosse um detalhe: o jogo começou, e Galvão não estava no ar. Problema técnico, silêncio no estádio, áudio comprometido. Quem entrou para “tapar o buraco” foi o narrador Napoleão de Almeida, que fez o que pôde em um início constrangedor para um evento que prometia ser triunfal. Quando Galvão enfim entrou, o clima mudou. Narrou os gols do Corinthians com seu icônico grito de “Olha o gol! Olha o gol!”, e foi imediatamente festejado nas redes sociais. Mas o estrago já estava feito.

É curioso perceber como, longe da estrutura poderosa da Globo, até Galvão Bueno está sujeito aos tropeços da realidade. A vida fora da emissora onde reinou por quatro décadas é feita de imprevistos técnicos, audiências modestas e promessas descumpridas. Não é que ele tenha deixado de ser gigante — pelo contrário, segue sendo o maior narrador do país. Mas ficou claro que, fora da Globo, até um Galvão pode passar vexame.

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