MPF denuncia 13 ex-executivos por fraude bilionária

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 13 ex-executivos do Grupo Americanas por fraudes e desvios estimados em R$ 25 bilhões, que resultaram no pedido de recuperação judicial da empresa. A acusação, que tramita na Justiça Federal do Rio de Janeiro, aponta que os envolvidos atuaram em um esquema criminoso para manipular os balanços financeiros e inflar artificialmente o valor das ações da companhia. O ex-CEO Miguel Gutierrez é apontado como líder do esquema, que teria causado prejuízos significativos a credores e acionistas.

Entre os denunciados estão Anna Saicali, ex-CEO da B2W, além dos vice-presidentes Timotheo Barros e Marcio Cruz. Também foram acusados ex-diretores e executivos como Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Corrêa, Maria Christina Nascimento, Fabien Picavet, Raoni Fabiano, Luiz Augusto Saraiva Henriques, Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira. Segundo a denúncia, Gutierrez, que esteve à frente da empresa por 20 anos, teria exercido influência sobre os demais para sustentar as fraudes contábeis, que perduraram entre 2016 e 2022.

O MPF apresentou provas que incluem trocas de e-mails e mensagens de WhatsApp entre os acusados, além de documentos que indicam discrepâncias entre a contabilidade real e a manipulada. O esquema envolvia a inclusão de operações de crédito como faturamento, o que mascarava a real situação financeira do grupo. Em conversas interceptadas, executivos debatiam estratégias para ocultar as irregularidades de auditorias externas. Três dos envolvidos fecharam acordos de colaboração premiada e detalharam o funcionamento da fraude.

O escândalo veio à tona em 11 de janeiro de 2023, quando a nova gestão da empresa informou a descoberta de “inconsistências nos lançamentos contábeis”. Dias depois, Sergio Rial, que havia assumido o cargo de CEO no lugar de Gutierrez, renunciou, intensificando a crise. A revelação da fraude provocou a desvalorização das ações da companhia em mais de R$ 70 bilhões, resultando em uma corrida para se desfazer dos papéis da empresa.

Com dificuldades para honrar compromissos financeiros, o Grupo Americanas entrou com pedido de recuperação judicial poucos dias após o escândalo. O plano de reestruturação da empresa foi homologado em fevereiro de 2023, após tentativas frustradas de acordo com acionistas e credores. No documento aprovado, a empresa reconheceu um passivo superior a R$ 50 bilhões, envolvendo mais de 9 mil credores. Os bancos Bradesco, BTG Pactual, Itaú e Santander representam 35% desse montante, enquanto a dívida trabalhista ultrapassa R$ 89 milhões.

Para evitar a falência da companhia, foi acordada a injeção de R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Além disso, os principais bancos credores comprometeram-se a aportar outros R$ 12 bilhões em novos recursos, garantindo a continuidade das operações da empresa e possibilitando sua recuperação financeira no longo prazo.

Com informações Agência Brasil…

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