Netanyahu denuncia que investigação sobre pagamentos do Catar é motivada politicamente

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciou, nesta segunda-feira (31), que a investigação sobre supostos pagamentos do Catar a alguns de seus conselheiros, na qual testemunhou, é motivada politicamente.

A polícia israelense deteve dois antigos conselheiros do primeiro-ministro, Yonatan Urich e Eli Feldstein, por seu suposto envolvimento no caso que os meios de comunicação batizaram como “Catargate”.

As prisões aumentaram as tensões políticas no país, onde o governo busca destituir tanto o diretor da agência de segurança interna Shin Bet quanto a procuradora-geral. O Executivo tenta também ampliar o poder dos políticos sobre a indicação de juízes.

As ações do governo reacenderam o movimento de protesto em Israel e coincidiram com a retomada da ofensiva israelense na Faixa de Gaza.

“Assim que me pediram para testemunhar, eu disse que estava livre e que queria testemunhar imediatamente”, declarou Netanyahu em um depoimento gravado em vídeo.

“Compreendi que se trata de uma investigação política, mas não percebi quão política era, e eles mantêm sequestrados Yonatan Urich e Eli Feldstein […] Não há caso, não há absolutamente nada, só uma caça às bruxas política, nada mais”, acrescentou.

Netanyahu é réu em outro caso por acusações de corrupção que ele nega.

O Catar, um país do Golfo rico em gás, não mantém relações diplomáticas com Israel e acolhe há bastante tempo dirigentes do movimento islamista palestino Hamas, cujo ataque a Israel em 2023 desencadeou a guerra em Gaza.

“A brutal prisão de Yonatan Urich marca um novo mínimo na caça às bruxas política para derrubar um primeiro-ministro de direita e impedir a destituição do fracassado chefe do Shin Bet”, afirmou o Likud, partido de Netanyahu, em um comunicado.

Neste mês, o governo israelense aprovou por unanimidade a proposta de Netanyahu de destituir o chefe do Shin Bet, Ronen Bar.

Mas a Corte Suprema suspendeu a destituição para poder examinar os recursos apresentados contra a sua demissão antes de 8 de abril.

© Agence France-Presse

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