Primeira rodada sem surpresa: favoritos vencem, e as ‘bets’ seguem mandando no jogo

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A primeira rodada do Brasileirão começou sem grandes surpresas. O Grêmio venceu o Atlético-MG em Porto Alegre, num jogo equilibrado, em que qualquer resultado era plausível. No Morumbi, o São Paulo voltou a decepcionar e só empatou com o Sport, reforçando sua fama de time que vacila em casa e frustra a própria torcida.

O Fortaleza venceu bem o Fluminense por 2 a 0 e mostrou que continua evoluindo, enquanto o tricolor carioca segue em queda livre. Já o Cruzeiro fez valer a experiência e derrotou o estreante Mirassol por 2 a 1 — o novato já sentiu o peso da Série A.

Em Caxias, o Juventude levou a melhor sobre o Vitória em outro duelo sem favoritos, típico da turma que deve brigar da metade para baixo da tabela.

Apostas & apostas

Mas, se há um time que já liderava o Brasileirão antes mesmo de a bola rolar nesta 1ª rodada, ele não está em campo — está nos bastidores: o das casas de apostas. Esta edição do Campeonato Brasileiro é, sem dúvida, o Brasileirão das Bets. Das 20 equipes da Série A, 18 fecharam contrato de patrocínio master com empresas do setor, o que representa uma injeção de quase R$ 900 milhões na elite do futebol nacional em 2025.

O fenômeno é impressionante: em dois anos, o número de clubes patrocinados por casas de apostas cresceu 25% — de 12, em 2023, para 18 agora. Clubes tradicionais como Palmeiras, Internacional e Bahia celebram contratos inéditos, enquanto outros, como o Corinthians, surfam na crista da onda, com um patrocínio estimado em mais de R$ 100 milhões por temporada, oferecido pela Esportes da Sorte.

Mas por trás desses números vultosos, há uma questão incômoda: o futebol brasileiro está, mais do que nunca, nas mãos do dinheiro das bets. E o risco de dependência é real. A presença maciça dessas empresas no uniforme, nas placas de publicidade e até nos nomes de competições revela um deslocamento preocupante das fontes tradicionais de receita — como bilheteria, sócio-torcedor e vendas de jogadores.

O gráfico abaixo ilustra a disparidade entre os clubes e como as casas de apostas passaram a ditar o jogo financeiro da Série A:

tabela bet
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