Só colhemos do que plantamos

Foi em mil novecentos e sessenta e oito. Eu estudava em um Curso pré-vestibular. Era o Curso Barão, e ficava na Rua Barão de Itapetininga, em São Paulo. Foi um período enriquecedor para mim. Enriquecedor em todos os sentidos. Faz muito tempo, mas já falei dele, aqui. Dos professores que tive e que nem todo universitário teve. Época em que foram criados os cursos para preparar os jovens para o vestibular que ainda não existia. Todos os professores que aturam no Curso Barão, eram professores das maiores faculdade de São Paulo. As amizades e conhecimentos que tive durante os três anos que estudei ali me deixam muito feliz e seguro de mim. Mas não foi exatamente isso que me trouxe a este assunto, hoje. Caí aqui e fiquei nadando nas lembranças que me fazem feliz. Mas elas são tantas que vou deixar para um dia qualquer. Mas se um dia você, casualmente, citar o nome de algum intelectual famoso, e eu lhe disser que ele já foi meu professor, não olhe para um mentiroso, olhe pra mim. Mas vamos ao que interessa no assunto. Essa frase do Rui Barbosa, aí em cima, foi posta lá, pelo professor, durante uma aula de português, no Curso Barão. Anotei-a em meu caderno e ela está aqui, até hoje.

Já falei pra você, aqui no jornal, sobre uma coleguinha que tive no Curso Barão. Éramos, além de colegas de estudos, grandes amigos. Certo dia ela resolveu se inscrever para curso na Faculdade Álvares Penteado. Mas, com uma condição, ela só iria se eu também fosse. Inscrevemo-nos, mas no dia do exame, ela foi e eu não fui. Na segunda-feira ela chegou ao curso muito braba comigo. Mas depois rimos e ela me falou que não tinha respondido a uma das perguntas, porque desconheci o assunto. E a pergunta foi: “Como eram os nomes dos três sobrinhos do Pato Donald”. Rimos muito e a Munira não foi aprovada. Pouco tempo depois nos separamos como amigos presentes, porque saímos do Curso, e fomos tocar as vidas. A Munira era iraquiana, linda e forte como uma amiga de verdade. Perdemos contato, mas onde ela estiver, hoje, estará recebendo meu abraço respeitoso e sincero.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas, é isso aí. Procure viver seus dias como se eles fossem uma corrente, cujos elos a tornam inquebrável. Faça de cada uma de suas amizades um elo para a felicidade contínua, porque só vivemos de verdade quando somos felizes. E somos o único timoneiro que pode dirigir a nossa própria vida. Sinta-se o dono, e destinatário, da sua vida. Não permita que ninguém faça isso por você. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460         

O post Só colhemos do que plantamos apareceu primeiro em Folha BV.