Presidente da ABRADEE alerta que conta de energia podem ficar 9% mais cara

Em visita à Roraima nesta sexta-feira (28), o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE), Marcos Madureira, falou à Folha sobre a possibilidade de um aumento nas contas de energia de 9% pelos próximos 25 anos. Essa porcentagem equivale a cerca de R$13,69 a mais para os consumidores.

O presidente explica que o projeto de Lei tinha o objetivo de regulamentar a exploração de energia eólica offshore no Brasil, mas que ao passar por aprovação no Senado, foram implantadas uma série de emendas que elevariam o custo da produção, resultando em um valor mais alto a ser pago pelo consumidor.

“As emendas obrigam, por exemplo, você efetuar contratação de usinas térmicas com o preço mais elevado e com inflexibilidade de 70%, ou seja, as usinas têm que funcionar em 70% do tempo. Isso é um custo elevado e gera um custo elevado. Elas pressupõem comprar um volume grande também de PCH. São usinas importantes a PCH, mas não no preço que está sendo colocado”, citou Madureira, como alguns pontos negativos das emendas.

A Lei foi sancionada em janeiro deste ano pelo presidente Lula, com vetos. Caso esses vetos caiam, os gastos gerados pelas emendas seriam altamente elevados, refletindo diretamente na conta de energia. De acordo com o presidente, isso resultaria em um aumento de 9% para os brasileiros, sendo uma média de R$13,69 aqui em Roraima.

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“Esse conjunto de emendas, elas totalizam algo como 19 bilhões por ano até o ano de 2050, um total de 545 bilhões. É um volume muito grande que é colocado para o consumidor”, reforçou.

Se a conta de energia sobe, outros gastos também sobem

Outro ponto que o presidente chama a atenção é sobre o impacto que essa decisão pode ter no preço de produtos e serviços. Itens que fazem parte do dia a dia dos brasileiros ficariam ainda mais caros, somando mais despesas ao fim do mês.

“Tudo que nós consumimos tem energia elétrica dentro dele. Por exemplo, no preço de um pão, cerca de 30% a 35%, o custo de um pão é energia elétrica. No preço de um litro de leite, da mesma maneira. E assim todos os produtos que nós consumimos, por exemplo, na cesta básica”, disse Madureira.

Alerta à população

Marcos ressalta que uma vez que população saiba desse risco, isso pode permitir que esses vetos permaneça. Dessa forma, representantes na Câmara possam ser ouvidos pelos consumidores e pela associação.

“estamos juntos nessa empreitada de mostrar para os senadores, mostrar para os deputados, que não faz sentido nós termos mais esse prejuízo para o consumidor. Brasil não ganha em nada, a única coisa que ganha são determinados segmentos, agora o consumidor vai pagar mais caro”, ressaltou o presidente.

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