Sindipeças expressa preocupação com tarifas de Trump sobre autopeças

O Sindipeças, entidade que representa a indústria de autopeças, manifestou preocupação com as últimas tarifas anunciadas pelo governo norte-americano, que, além de carros, atingem com uma taxa de 25% componentes automotivos importados pelos Estados Unidos.

A associação dos fabricantes de autopeças diz que aguarda a publicação do completo teor da medida para analisar seus possíveis impactos em detalhe. Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações de autopeças produzidas no Brasil, atrás apenas da Argentina. No ano passado, foram exportados ao país US$ 1,37 bilhão em peças automotivas, 17,5% do total, conforme relatório de balança comercial publicado pelo Sindipeças.

O Brasil, por outro lado, também importa muitas peças dos Estados Unidos: US$ 2,24 bilhões em 2024, 10,7% do total de componentes comprados do exterior. Ou seja, há um déficit do lado brasileiro nesta balança – o Brasil importa US$ 872 milhões a mais do que vende ao mercado norte-americano.

“A Abipeças Associação Brasileira da Indústria de Autopeças e o Sindipeças, entidades que representam a indústria de autopeças no Brasil, veem com preocupação a adoção de tarifa adicional de 25% sobre todos os veículos importados pelos Estados Unidos, com vigência a partir de abril. Algumas peças automotivas também serão sobretaxadas, semanas depois, com possibilidade de aumento de itens na lista inicial. As entidades aguardam a publicação do completo teor da legislação para analisar mais detalhadamente possíveis impactos”, diz a nota, na íntegra.

A Anfavea, entidade que representa as montadoras, aguarda mais detalhes das tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para comentar potenciais impactos. Os Estados Unidos não são um destino relevante dos carros exportados pelo Brasil – o País não embarca automóveis com regularidade para lá. Há uma preocupação das montadoras, porém, de as tarifas promoverem um desvio dos carros, até então importados pelos Estados Unidos, a mercados sem o mesmo nível de proteção tarifária.

Por isso, a Anfavea vem cobrando o retorno imediato das alíquotas cheias, 35%, do imposto cobrado na importação de veículos híbridos e elétricos, que vêm, principalmente, da China Esse imposto vem subindo gradualmente desde janeiro do ano passado, com retorno às alíquotas de 35% em julho de 2026.

Estadão conteúdo

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