PM deixa feridos em ato contra privatização de linhas da CPTM

MANUELA RACHED PEREIRA
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Manifestantes que participaram de um ato contra a privatização de linhas da CPTM na manhã de hoje, em frente à sede da STM (Secretaria de Transportes Metropolitanos), no centro de São Paulo, foram reprimidos pela Polícia Militar e ficaram feridos.

Registros enviados ao UOL mostram policiais efetuando disparos de bala de borracha e utilizando spray de pimenta. Outros manifestantes aparecem sendo detidas por policiais militares em meio a gritos de protesto. A reportagem ainda não conseguiu confirmar quantos foram feridos. O texto será atualizado com futuras confirmações.

Ato buscava pressionar pasta estadual a abrir diálogo com ferroviários e manifestantes sobre privatização de linhas da CPTM, segundo movimento social. O protesto, convocado pelo movimento Amigos e Familiares dos Ferroviários contra as Privatizações, ocorreu um dia antes do leilão do governo estadual para receber propostas de concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Procurada, SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) diz que PM interveio após “tentativa de invasão” de prédio público. Em nota, a pasta informou que a Polícia Militar acompanhou a manifestação no início da tarde e que, por volta das 13 horas, “houve uma tentativa de invasão de um prédio público e bloqueio da Rua Boa Vista”, onde fica a STM.

Três pessoas foram detidas e rua da STM foi liberada, segundo SSP. A secretaria afirmou ainda que o grupo de manifestantes foi dispersado e seguiu em direção à Praça da República, também na região central.

Pasta diz que analisa imagens da manifestação e “se constatadas irregularidades, as devidas providências serão adotadas”. Por fim, a SSP afirma que “não compactua com desvios de conduta e todos os excessos são punidos com rigor”.

Mais cedo, manifestantes ocuparam Secretaria de Transportes Metropolitanos. Sob condição de anonimato, um representante sindical dos ferroviários afirmou que o grupo tentava negociar uma abertura de diálogo pela STM para que reivindicações contra a privatização das linhas da CPTM fossem ouvidas. Procurada, a pasta informou apenas que o gabinete do secretário de transportes metropolitanos recebeu representantes do grupo, sem entrar em detalhes sobre o que foi tratado, e que a secretaria foi liberada por volta do meio-dia.

Ferroviários indicaram greve no início da semana contra a privatização das linhas da CPTM, mas paralisação foi suspensa. O sindicato reclama da “falta de diálogo” do governo com a categoria, que receia planos de demissão em massa de servidores e a piora no serviço de transporte prestado à população (leia mais aqui).

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