Colgate Clear Mint é interditado por Anvisa após lesões em consumidores

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta quinta-feira (27), a interdição cautelar da venda de cremes dentais da linha Clean Mint, da Colgate. A decisão foi tomada após relatos de consumidores que apresentaram lesões bucais, incluindo feridas, aftas e inflamações gengivais, após o uso do produto, que recentemente teve sua fórmula alterada.

A medida, publicada no Diário Oficial da União, é preventiva e permanecerá em vigor até a conclusão das análises da Anvisa sobre os possíveis riscos da nova composição. Caso sejam confirmados os efeitos adversos, a agência poderá determinar a suspensão definitiva da fabricação e comercialização do produto.

Relatos de reações adversas

A Anvisa justificou a decisão com base em um “número significativo de relatos de eventos adversos”. Consumidores relataram sintomas como descamação da mucosa bucal, inchaços e irritações que, em alguns casos, chegaram a dificultar a alimentação. Especialistas apontam que a substituição do fluoreto de sódio pelo fluoreto de estanho na nova fórmula pode ser a causa das reações em indivíduos com sensibilidade ao componente.

“Pacientes estão apresentando aftas e irritações severas, provavelmente devido a alergias à nova fórmula”, explicou um especialista consultado pela reportagem. Apesar de o ingrediente ser considerado seguro para a maioria das pessoas, alguns usuários podem desenvolver reações adversas.

Posicionamento da Colgate

Em nota, a Colgate-Palmolive afirmou que a fórmula do creme dental passou por mais de 10 anos de pesquisas e testes rigorosos antes de ser lançada. “O produto é seguro, e não esperávamos relatos de reações”, disse a empresa. A marca também destacou que algumas pessoas podem ter sensibilidade a ingredientes específicos e disponibilizou um canal de atendimento (0800 703 7722) para consumidores com dúvidas ou queixas.

Enquanto a Anvisa conclui as investigações, especialistas recomendam que pessoas que apresentaram reações suspendam imediatamente o uso do produto e optem por versões com fórmulas tradicionais. A interdição serve como alerta para que consumidores fiquem atentos a possíveis sintomas e procurem orientação médica ou odontológica em caso de desconforto.

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