Romário não tem culpa: Raphinha quis pagar de casca-grossa e virou meme

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O Brasil perdeu de 4 x 1 para a Argentina, mas — eu sei e você, leitor, também sabe — poderia ter sido 6 x 1 ou (êpa!!) até mesmo 7 x 1. De qualquer forma foi uma coisa bem dolorosa e me espanta que até agora a CBF não tenha mandado embora toda a Comissão Técnica.

O vexame, na verdade, não começou dentro de campo. Começou com uma bravata. Em entrevista a Romário, Raphinha prometeu dar “porrada” nos argentinos e ainda disse que faria gol. A Seleção, porém, levou um baile, e ele não fez nada disso.

Rapidamente, torcedores irritados apontaram o dedo para Romário: “A culpa é sua!”, escreveram nas redes. Mas vamos com calma. Romário não tem culpa pelo vexame. Ele fez seu papel de entrevistador — provocador, como sempre foi — e o jogador, adulto, disse o que quis. E disse o que não devia.

É importante entender o peso de uma entrevista feita por um ex-ídolo. Diante de um jornalista comum, talvez Raphinha fosse mais comedido. Mas ali estava Romário, lenda viva, alguém que ele provavelmente idolatrava. E o jovem quis impressionar. Quis mostrar personalidade, como se dissesse: “Eu também sou fodão”. O problema é que, ao contrário de Romário, que resolvia em campo, Raphinha ficou só na promessa.

A declaração, além de pretensiosa, serviu de motivação para os argentinos. Quando a bola rolou, a resposta foi dura. O Brasil foi dominado, e o autor da bravata virou alvo de piada e crítica.

Depois do jogo, Romário defendeu Raphinha e criticou a imprensa por fazer sensacionalismo. Disse que viu no jogador “muita personalidade” e que “sentiu firmeza”. E, do ponto de vista dele, faz sentido. Romário sempre valorizou a ousadia. Mas ousadia sem entrega é só arrogância.

Fica a lição: bravata em clássico é perigosa. E quem decide falar grosso precisa bancar com bola no pé. Senão, vira meme.

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