Homenagem concorrida

O que poderia deixar lado a lado o ex-governador José Roberto Arruda, o distrital petista Chico Vigilante, o ministro Gilmar Mendes, o também ex-governador Agnelo Queiroz, e o presidente da Câmara Legislativa, Welington Luiz? Só uma pessoa, a Câmara Legislativa do Distrito Federal concede nesta terça-feira (25) o título de Cidadão Honorário de Brasília ao ex-presidente José Sarney.

A homenagem remete ao dia 15 de março de 1985, quando Sarney assumiu a Presidência da República após o falecimento de Tancredo Neves, encerrando 21 anos de regime militar no país. A solenidade no plenário da CLDF começa às 10h.

“A CLDF terá a honra de conceder o título de Cidadão Honorário ao presidente José Sarney, em reconhecimento à sua trajetória e às contribuições para o Brasil. Esta homenagem ocorre em um momento emblemático, marcando os 40 anos da redemocratização, um processo fundamental para a construção de um país mais justo, livre e participativo”, declarou o parlamentar.

José Sarney nasceu em Pinheiro, Maranhão, no dia 24 de abril de 1930. Descendente de tradicional família do Estado do Maranhão formou-se em Direito pela Universidade Federal do Maranhão em 1953. Ao longo de sua trajetória política, foi deputado federal, governador do Maranhão, senador e presidente da república.

José Sarney foi membro do Arena e da UDN durante o período da Ditadura Militar, mas participou da chapa que elegeu Tancredo Neves e finalizou esse regime. Assumiu a presidência devido aos problemas de saúde e eventual falecimento do político mineiro. Durante seu mandato na presidência da república, entre 1985 e 1990, foi aprovada a Constituição Federal de 1988.

Dança das cadeiras

Um político perspicaz observou que Wellington Luiz convidou a deputada Paula Belmonte para ocupar a mesma cadeira em que o governador Ibaneis Rocha estava sentado, durante a sessão solene de homenagem a José Sarney, ontem. Em tom de brincadeira, ele ainda murmurou: “Será um presságio?”

Papel histórico

O ex-vice-governador Tadeu Filippelli atribuiu o peso da homenagem a Sarney – nada menos do que cinco governadores estavam presentes. Filippelli lembrou o papel de Sarney na democratização, quando, mesmo sendo uma figura de origem partidária, soube colocar-se acima das legendas.

Já Agnelo Queiroz falou do empenho de Sarney com o Brasil, claro, mas com Brasília pessoalmente, o que não se pode esquecer com a luta pela democracia. Sem falar que foi ele que conseguiu transformar Brasília em patrimônio cultural da humanidade