Torcedores no DF reclamam de falta de iluminação nos estádios

estádio capital

Por Mateus Péres e Fernando dos Santos

Clubes tradicionais, campeonatos nacionais e estádios sem iluminação adequada. Essa tem sido uma reclamação de torcedores nas arquibancadas de estádios do Distrito Federal.

Atualmente, apenas cinco estádios do DF recebem partidas noturnas: Mané Garrincha, Abadião, Bezerrão, JK e Serejão. No entanto, a iluminação deles atende apenas aos requisitos mínimos exigidos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas não corresponde ao ideal para o espetáculo esportivo.

Defelê e Rorizão, por sua vez, sequer possuem sistema de iluminação, limitando-se a jogos diurnos.

Padrão CBF

Periodicamente, a CBF – Confederação Brasileira de Futebol – emite regulamentos gerais que estabelecem os requisitos para autorizar ou impedir a realização de uma partida, com base em critérios como a qualidade do gramado, a estrutura do estádio e a iluminação

De acordo com o regulamento, um estádio deve contar com, no mínimo, quatro torres de iluminação, cada uma equipada com seis refletores. A iluminação horizontal precisa ser superior a 1300 lux, enquanto a vertical deve ultrapassar 2500 lux. Além disso, a temperatura de cor da luz deve ficar entre 5600K e 6500K.

No Distrito Federal, apenas a Arena BRB Mané Garrincha segue integralmente essas especificações.

Iluminação nos estádios candangos

Nos demais estádios da capital, existem sistemas de iluminação que permitem a realização de jogos noturnos, mas nenhum se compara ao Estádio Nacional Mané Garrincha.

No Estádio JK, por exemplo, foram inauguradas, em janeiro de 2025, oito torres com dez refletores cada, permitindo que o campo receba jogos da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro Série D, mas ainda muito longe do ideal.

Ao conversar com a Agência CEUB, Marcos Almeida, torcedor do Coruja, afirmou que a iluminação possui suas vantagens e desvantagens.

“Possuir um estádio Iluminado é bom, pois os jogos podem ser realizados de noite e a torcida consegue comparecer em peso. Mas, quando se investe milhões, é normal a gente esperar uma luz de ponta, só que aqui está muito escuro ainda, às vezes não entendemos o lance”, disse o torcedor.

O Abadião também ganhou um novo sistema de iluminação e sediou sua primeira partida noturna oficial pela Copa do Brasil, no dia 27 de fevereiro, quando o Ceilândia enfrentou o Coritiba, após 18 anos sem jogos pela noite. O Estádio regional da Ceilândia agora conta com oito torres e um total de 60 refletores.

Apesar disso, torcedores do “Gato Preto” reclamam da qualidade da iluminação. Em entrevista à Agência CEUB, Pedro*, um dos frequentadores do estádio, criticou o investimento:

“O estádio recebeu luz mais ainda está muito escuro. É muito ruim de ver jogo, o GDF está esquecendo do Abadião. Instalaram a iluminação e já tem refletores queimados.”, disse Pedro*.

No sul da capital federal, está o Bezerrão, onde o Gama manda seus jogos, sob gerência da Secretaria de Esporte e Lazer. O estádio recebeu investimento de mais de R$ 3 milhões do GDF em 2023, com melhorias na estrutura, gramado e iluminação.

Atualmente, é o estádio que mais se aproxima do padrão da CBF, embora ainda não atenda plenamente aos requisitos recomendados.

Dentre os seis estádios ativos do DF, Defelê e Rorizão permanecem sem iluminação, limitando-se a partidas diurnas.

Abadião inaugurou sua iluminação após 18 anos. Foto: Divulgação/Ceilândia E.C.

Impacto nas Competições

A falta de iluminação adequada nos estádios do DF impacta diretamente a participação dos clubes locais em competições nacionais.

Pela falta de iluminação, os times são obrigados a buscar alternativas de dias e horários para mandar seus jogos durante o dia, já que a realização de partidas à noite se torna impossível.

Pedro* é nome fictício para torcedor que não quis se identificar

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

Adicionar aos favoritos o Link permanente.