Repórter é incluído sem querer em grupo de mensagens do governo Trump e fica sabendo antes de ataques contra Houthis


‘Eu tinha várias dúvidas sobre se esse grupo era real’, contou Jeffrey Goldberg, da revista ‘The Atlantic’. Ele só acreditou que estava recebendo mensagens do secretário de Estado, Marco Rubio, e do secretário de Defesa, Pete Hegseth, quando as bombas começaram a cair no Iêmen. O presidente dos EUA, Donald Trump, realiza sua primeira reunião de gabinete enquanto se senta ao lado do Secretário de Estado, Marco Rubio, e do Secretário de Defesa, Pete Hegseth, em Washington, D.C.
REUTERS/Brian Snyder
O editor-chefe da revista americana “The Atlantic” foi incluído sem querer em um grupo de conversas do governo Trump que compartilhou mensagens ultrassecretas, que anteciparam o início de bombardeios americanos contra os rebeldes Houthis, no Iêmen.
A princípio, Jeffrey Goldberg não acreditou que estava recebendo informações de figuras do alto escalão do governo, incluindo o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário de Defesa, Pete Hegseth e até o vice-presidente, JD Vance. “Eu tinha várias dúvidas sobre se esse grupo era real”, afirmou, em reportagem publicada nesta segunda-feira (24), na “Atlantic”.
Ele só acreditou na veracidade das mensagens com o início dos ataques de porta-aviões americanos sobre alvos houthis.
Goldberg conta que a história começou em 11 de março, quando ele recebeu uma solicitação do aplicativo de mensagens Signal de um usuário identificado como Michael Waltz.
Apesar de as conversas terem criptografia de ponta a ponta, e o app ser usado por pessoas que buscam mais privacidade, o jornalista acreditava, até então, que a Casa Branca usaria um canal mais seguro para compartilhar informações sensíveis.
Outra desconfiança surgiu da relação difícil entre o governo Trump e jornalistas da imprensa tradicional, que não faz parte do grupo de veículos militantes que defende o presidente abertamente.
“Eu não conseguia acreditar que a liderança da segurança nacional dos Estados Unidos iria comunicar no Signal sobre planos de guerra iminentes. Eu também não conseguia acreditar que o conselheiro de segurança nacional do presidente seria tão imprudente a ponto de incluir o editor-chefe do ‘The Atlantic’ em tais discussões com altos funcionários dos EUA, até e incluindo o vice-presidente”, escreveu Goldberg.
Editor da revista ‘The Atlantic’ publica prints de mensagens que recebeu por engano do vice-presidente dos EUA, JD Vance, e do secretário de Defesa, Pete Hegseth
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