Após 12 ataques de piranhas, cidade do interior de SP faz competição de pesca em represa


Mais de 500 pescadores se reuniram neste sábado (22) no Broa, em Itirapina. Segundo a organização do evento, foram pescadas 57 piranhas no local. Após 12 ataques de piranhas, Itirapina faz competição de pesca em represa
Mais de 500 pescadores se reuniram neste sábado (22) na Represa do Broa, em Itirapina (SP), para um campeonato de pesca de piranhas. O evento teve como objetivo ajudar a controlar a quantidade da espécie, já que desde janeiro 12 banhistas foram atacados no local. Segundo a organização, foram pescadas 57 piranhas na competição.
A represa, que é visitada por muitos turistas, chegou a ficar interditada um mês após registrar nove ataques a banhistas. Foi reaberta no carnaval quando outras três pessoas também foram mordidas.
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Piranhas atacam moradores e turista na represa do Broa, em Itirapina, interior de São Paulo
Fabio Rodrigues/g1 e Nilson Porcel/EPTV
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O campeonato “Itira-pira” foi organizado pela Associação de Proprietários de Imóvel do Broa. A inscrição pedia um litro de leite e tudo o que foi arrecadado será doado a uma instituição da cidade.
Logo cedo, a turma da pescaria já estava na represa. Antes de começar o campeonato, os participantes fizeram uma oração para pedir segurança e tranquilidade durante a pescaria.
Os amigos aposentados Adolfo Locilli e Luis Carlos de Melo aproveitaram a atividade como lazer.
“Eu acho que depois de aposentado é uma premiação que a gente tem, depois de tanto trabalhar. Pescaria é um troféu para a gente”, disse Melo.
Amigos aposentados aproveitaram o sábado para pescar em Itirapina
Renan Ciconelo/EPTV
O especialista em funilaria artesanal Douglas Aldrigue estava com o filho, Henrique Aldrigue, companheiro de pesca. Apesar de só ter 11 anos, o menino disse saber muito bem quais cuidados precisa ter ao tirar a piranha do anzol. “Tem que tirar com alicate, ter cuidado porque se morder doi”, disse o garoto.
Uma turma de Matão (SP) também foi pela primeira vez à Represa do Broa. A pescaria é uma paixão e um momento união para eles. “
Adoro pescar. Meu pai não pôde vir, mas todo fim de semana a gente vai para o rio”, disse a atendente de pet shop Daneila Cenedeze.
Histórico de ataques na represa:
Desde janeiro deste ano, foram registrados 12 ataques de piranha na represa do Broa
Reprodução/EPTV
Desde janeiro deste ano, foram registrados 12 ataques de piranha na represa do Broa, um ponto turístico que atrai centenas de pessoas da região. Veja:
6 ataques em 26 de janeiro: foram 6 vítimas, sendo 1 criança. Quatro vítimas foram atendidas no hospital São José em Itirapina. Duas procuraram por ajuda em São Carlos. Um empresário ficou ferido no calcanhar.
1 ataque no dia 27 de janeiro: a vítima foi um pescador de Itirapina;
1 ataque no dia 1º de fevereiro: a vítima foi um morador do Broa;
1 ataque no dia 8 de fevereiro: a vítima foi um turista de Campo Grande (MS);
3 ataques entre os dias 1º e 2 de março: identidade das vítimas não foram informadas.
Ataques e piracema
O médico e professor da Universidade de São Paulo (USP), de Botucatu, Vidal Haddad Júnior, fala sobre os ataques de piranhas na represa do Broa, em Itirapina
Leandro Vicari/EPTV
Especialista em animais aquáticos peçonhentos, o médico e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu Vidal Haddad Júnior estuda o comportamento das piranhas em diferentes ambientes. Ele disse que sempre existiu esse tipo de piranha na região da represa.
“A espécie que tem aqui chama-se Serrasalmus maculatus. É uma piranha como todas as outras piranhas, mas o caipira paulista botou o nome nela de pirambeba. É originária das bacias do Prata, do Rio Paraguai, o Rio Paraná, e tem também algumas no nordeste”, disse.
Todos as vítimas das piranhas estavam em uma profundidade de pelo menos 50 cm. De acordo com o médico, os ataques estão relacionados com a piracema, que é a época de reprodução dos peixes.
“A característica da piranha é a fêmea botar os ovos na vegetação do fundo ou nas raízes de aguapé e a fêmea acaba indo embora. E quem cuida dos ovos até nascerem é o macho, que é um sempre mais agressivo. Então, uma represa que chega a ter 2 mil pessoas no fim de semana, que tenha cinco piranhas defendendo ovos, quantas pessoas vão se aproximar desse ninho?”, disse.
Ataque de piranhas deixa banhistas feridos na Represa do Broa em Itirapina
Diogo Nolasco/EPTV
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