Boa Vista do Rio Branco: conheça a história do rio mais importante do estado

Por muitos anos, o rio era a única via de acesso ao estado (Foto: Rodrigo Sales)

Nossa capital, Boa Vista, nasceu às margens do Rio Branco. É impossível contar a história de Roraima sem citar a importância dele para o desenvolvimento do estado. Por isso, neste dia mundial da água, 22 de março, nós vamos saber mais sobre as àguas que percorrem pelas terras de Macunaima.

Por que Rio Branco?

O historiador Victor Mattioni nos ajuda a conhecer mais essa história. Segundo ele, há algumas divergências quando se fala da origem desse nome.

Durante muito tempo, foi disseminada por memorialistas e moradores locais no estado uma suposta informação de que o navegador português Pedro Teixeira, enquanto percorria o rio Amazonas no século XVII teria subido o rio que banha o atual estado de Roraima, batizando-o de Branco ao compará-lo com as águas do rio Negro. No entanto, novos estudos afirmam que seria difícil esta viagem ter acontecido, uma vez que a logística para subir o rio Branco navegando em canoas exigiria muito esforço e mão de obra para conseguir superar as correntezas. Além disso, não há menção nos relatos da viagem de que Pedro Teixeira conheceu e batizou o nome deste rio.

Importância para o desenvolvimento de Roraima

Desde os primeiros registros históricos e estudos feitos por especialistas, o Rio Branco se destacava como via de acesso e de comunicação da Amazônia com o outros lugares remotos. Mattioni destaca que a população vinda de fora do estado, que foram os primeiros a popular a cidade, vieram pelo Rio Branco.

Por muitos anos a única via do então Vale do Rio Branco, e do então Território Federal do Rio Branco com o Amazonas e com a Guiana foi o rio Branco. Os produtos e migrantes, chegavam a região durante a período de chuvas e cheias dos rios. Durante oauge do ci clo da borracha na Amazônia, o gado criado na nesta região era transportado para Manaus pelo rio Branco, uma vez que a BR-174 foi inaugurada somente na década de 1970.

Cuidados e monitoramentos

A Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) realiza monitoramentos no Rio Branco desde 2015. Diversos programas são realizados pela instituição, que ajudam em pesquisas e em outras diversas situações. O gestor de recursos hídricos, Rogeano Carvalho, explica como funciona.

“A gente cria um respaldo para casos de acidentes, casos de ação, alguma ação trópica, que vem ali mudar os componentes químicos daquele corpo hídrico, a gente tem respaldo para poder autuar ali o infrator e dizer nossa, a água aqui, o pH dela era esse, agora é outro, a turbidez dela era 17, agora está em 75, então essa é a importância de a gente realizar o monitoramento dos nossos recursos hídricos.”

Secas e estiagem

Há 100 anos o rio e a Amazônia enfrentou uma de suas maiores secas, o fato
ficou conhecido como o “Verão da Fumaça”. Relatos de moradores de Boa Vista à época atestam que era possível atravessar o rio a pé”
, destaca Victor. Essa cena também foi vista recentemente, em 2023 e 2024.

Rio Branco durante estiagem (Foto: Adriele Lima/FolhaBV)

Para isso, também existem programas responsáveis.

Esse programa Monitor de Seca é um programa que a gente, os técnicos da Fundação, eles andam praticamente em todos os municípios, fazendo entrevista tanto com técnicos como com a população em geral, para desenvolver um mapa relacionado para você realmente ter a noção, a ideia real, do quanto a seca está sendo severa naquele município, naquela localidade., diz Rogeano

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