Passageiros buscam voos alternativos após maior aeroporto da Europa fechar devido a incêndio

incendio aeroporto europa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A interrupção das operações no aeroporto de Heathrow, o principal do Reino Unido e quarto mais movimentado do mundo, impactou milhares de viajantes, que corriam para encontrar maneiras de voltar para casa ou se reunir com suas famílias nesta sexta-feira (21).

O aeroporto foi fechado e, no final da tarde, anunciou que retomaria alguns voos após um incêndio atingir a subestação de energia que alimenta o terminal, a oeste de Londres, e causar um apagão, na noite de quinta (20).

Mais de 1.300 voos teriam como origem ou destino Heathrow nesta sexta, o que envolveria até 291 mil passageiros. O fechamento, no entanto, forçou parte deles a desviarem para outros aeroportos do Reino Unido e de toda a Europa, enquanto outros, de longa distância retornaram ao seu ponto de partida.

Por isso, as companhias aéreas aconselharam os passageiros a não viajarem para Heathrow -como fazia o paquistanês Muhammad Khalil, 28, quando soube da notícia.

“Estou planejando essa viagem há três meses, gastei uma fortuna em passagens e tudo mais. Tive que pedir um dia de folga no trabalho”, disse ele à agência de notícias AFP na estação Paddington, em Londres, quando estava prestes a pegar o metrô para o aeroporto . “Você não pode imaginar como isso é estressante para mim.”

Ele passou parte da madrugada tentando de voos alternativos para o Paquistão, onde esperava se reunir com sua esposa após cinco meses longe. Até o momento da entrevista, porém, não havia sido bem-sucedido -Heathrow é o principal aeroporto do Reino Unido para voos internacionais de longa distância.

Na mesma estação, que normalmente oferece serviços de trem expresso para Heathrow, estava o americano Tyler Prieb, 36, que também entrava em contato com companhias aéreas para encontrar um caminho de volta para casa em Nashville, no Tennessee.

“Tenho certeza de que todo mundo vai precisar de um novo voo de alguma forma. Então estou tentando me antecipar da melhor maneira possível”, disse à Reuters Prieb, que estava em Londres a trabalho e para ver amigos. “Espero que leve apenas um dia extra para voltar para minha esposa e minha filha”, disse ele enquanto pedia a um chatbot sugestões de como passar o tempo na cidade.

Já John Moriarty, 75, outro viajante americano, falava atentamente ao telefone na esperança de conseguir contato com o serviço de atendimento ao cliente e reservar um novo voo a Boston para ver sua filha, que tinha viajado de Nova York para visitá-lo.

“Todas as linhas estão ocupadas, então talvez eu fique mais um dia aqui. Não é a pior coisa do mundo, Londres é minha cidade favorita. Mas preciso voltar para casa”, disse ele, também à Reuters.

Um dos principais aeroportos do mundo, o Heathrow se conecta com 80 países, e sua paralisação está obrigando dezenas de companhias aéreas a reconfigurar rapidamente seus planos.

Callum Burton, 21, ficou preso no aeroporto de Newark, perto de Nova York, depois de visitar sua namorada. Natural de Kent, no sul da Inglaterral, ele afirmou à AFP, por meio de suas redes sociais, que seu voo havia sido remarcado com 15 horas de atraso, acrescentando que estava “muito cansado e decepcionado”.

“Já estávamos no avião quando ficamos sabendo do incêndio”, disse ele, que disse ter ficado no avião por uma hora antes de o voo ser cancelado.

O casal Anna Schiferl, 26, e Charlie Katt, 27, de Chicago, disse estar enfrentando o episódio mais recente de uma longa história de adversidades em viagens -incluindo furacões fora de temporada, doenças e decepções com aluguéis de apartamentos.

“Tivemos apenas azar em viagens durante todo o nosso relacionamento”, disse Schiferl à Reuters.

“Estamos juntos, então isso é bom. Temos roupas suficientes, cuecas suficientes. Vamos ficar bem.”

No aeroporto de Gatwick, ao sul de Londres, a voz de Talia Fokaides, 42, tremia de emoção ao explicar que teria que sair de Londres com destino a Atenas pela manhã para ficar com a mãe, que seria submetida a uma cirurgia cardíaca.

Quando descobriu que Heathrow estava fechado, correu para o segundo terminal aéreo mais movimentado do Reino Unido, e encontrou um voo com destino a Atenas, para as 12h locais. “Não me importo com o dinheiro, só preciso pegar um voo e estar em casa no final do dia”, disse Fokaides à AFP.

O incêndio também forçou o redirecionamento de voos de chegada, deixando alguns passageiros incertos sobre onde pousariam. Adrian Spender, que trabalha na varejista britânica Tesco, disse em uma postagem no X que estava em um Airbus A380 que estava a caminho de Heathrow. “Sem ideia de para onde estamos indo ainda. Atualmente sobre a Áustria”, escreveu ele.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.