Provedor de internet encerra atividades após ataques de facção no Ceará

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JOSUÉ SEIXAS
MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS)

A GPX Telecom, provedora de internet com nove anos de atuação no Ceará, anunciou o encerramento de suas atividades nesta quarta-feira (19).

A decisão, conforme nota divulgada nas redes sociais, foi motivada por “atos de vandalismo” que destruíram tudo o que havia sido conquistado em somente 20 minutos. O estado vem sofrendo com ataques de uma facção a empresas provedoras de internet.

A empresa atuava nos bairros Parque Soledade, São Gerardo e Ponte Rio Ceará na cidade de Caucaia.

“Esse triste episódio evidencia a fragilidade da segurança que vivemos em nossos dias atuais, onde o trabalho árduo de anos pode ser destruído em questão de minutos. Sempre priorizamos a qualidade e a legalidade em nossos serviços. […] Esperamos por justiça diante dessa situação alarmante que afeta a todos nós”, afirma em comunicado.

Questionada, a SSPDS-CE (Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará) informou que a Polícia Civil, por meio da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), apura as circunstâncias do fato.

A pasta também ressaltou que 27 pessoas já foram presas, suspeitas de envolvimento com ataques às provedoras de internet. Também foram apreendidos veículos, aparelhos celulares, armas e munições, e as investigações seguem em andamento.

Diversas empresas provedoras de internet, como Brisanet, Xconnect Telecom e A4 Telecom, foram alvos de ataque no Ceará, especialmente nas cidades de Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Horizonte.

Os criminosos, segundo a polícia, ameaçavam as empresas e seus funcionários e exigiam parte do valor arrecadado com a mensalidade paga pelos clientes para que o sinal de internet continuasse a ser fornecido nas localidades.

Quem não aceitava tinha o patrimônio e a infraestrutura de distribuição destruídos, de acordo com a investigação. A polícia ainda aponta que a facção queria tomar o controle das operações nas regiões, vendendo um serviço próprio.

Mensagens obtidas pela Folha de S.Paulo mostram que uma pessoa pediu para falar com o dono ou gerente de uma das loja e que pediria para um amigo levar um celular e haveria a chamada telefônica para negociação.

“Vocês estão ganhando dinheiro dentro da nossa área, então ou vai fechar com nós ou nós vai tirar tudo o que é de internet aí na região. Mas, veja pelo lado bom: se fechar com nós, a única internet que vai ter é a que fechar com nós”, diz a mensagem.

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