É de Santa Catarina: saiba quem é Rafaela Ferreira 

Natural de Criciúma, mas içarense de coração, Rafaela Ferreira herdou o gosto pelo kart do pai. Com cinco anos de idade, ela já andava no Kartódromo da Santa Apolônia, em Sangão, sentada no colo dele. Mas foi com oito anos que Rafaela, a Rafa, ganhou um kart para chamar de seu. 

“Chegou um momento em que eu pedia para o meu pai para irmos no kartódromo mais do que ele queria ir. Foi aí que ele viu que eu gosto mesmo”, contou ela. A pilota também revelou que foi durante a pandemia, em 2020, quando tinha recém entrado no ensino médio, que se deu conta que gostaria de atuar profissionalmente no esporte.

Rafaela Ferreira celebrando primeira vitória na F4 Brasileira no Autódromo Velocitta, em São Paulo. Foto: Divulgação/F4 Brasielira

De lá para cá, ela se tornou a primeira mulher a marcar uma pole position na Copa Brasil de Kart, em 2022, garantiu pódios na F4 Brasileira, em Interlagos, durante 2023.  Ela também fez história como a primeira vencedora feminina da categoria em 2024, mesma temporada na qual conquistou dez pódios na modalidade. 

 

Vaga na F1 Academy 

O desempenho nas categorias de base despertou na Visa Cash App RB F1 Team, anteriormente chamada de Racing Bulls e equipe júnior da Red Bull Racing, o desejo de tê-la no time para a temporada de 2025 da F1 Academy.

Com a oficialização da contratação, às vésperas do Grande Prêmio de São Paulo de 2024, a catarinense se torna a segunda brasileira a compor o grid da divisão voltada para o desenvolvimento de pilotas. Neste ano, a içarense pilotará ao lado da compatriota Aurelia Nobels, da ART Grid Prix.

Largada do Grande Prêmio de Singapura 2024. Foto: Reprodução/Getty Image.

Questionada sobre o significado de representar Santa Catarina em uma competição internacional, Rafaela afirmou: “A gente acaba se tornando uma referência para as outras meninas. Acho que essa é a principal influência da F1 Academy”. 

Ao relembrar sua trajetória, ela enfatizou que é importante comentar sobre os primórdios no esporte, pois mostra a outras garotas que elas são capazes de atingir qualquer patamar. “A gente também começou no kart e está aqui [na categoria de capacitação para mulheres]. Isso quer dizer que outras também podem chegar aqui”, acrescentou Rafaela. 

O começo no kart 

A içarense lembra com carinho dos primeiros contatos vivendo o automobilismo na pele, ela descreve o kart como um ambiente de disputa mais também de amizade. “Todo mundo é amigo. Acaba a corrida, a gente vai fazer outra coisa juntos, como jantar. Entramos na pista para competir, mas fora dela socializamos”, comentou.

Kartódromo de Santa Apolônia, em Sangão. Foto: Luiza Salvador

E se as relações construídas estão guardadas no coração, tudo o que Rafaela aprendeu de técnica ela levará consigo na bagagem para a F1 Academy. “Aprendemos desde a parte da pilotagem, como disputar uma corrida, as configurações do carro. Até o nosso papel enquanto pilota, de transmitir um feedback para os mecânicos do que precisa ser aprimorado”, expos a ex-pilota da TMG Racing na F4 Brasileira. 

Quebrando a barreira do preconceito 

Há 11 anos correndo nas pistas, Rafaela revelou que quando iniciou no automobilismo, em 2013, o preconceito dos homens por encontrar uma mulher na pista era mais evidente. “Os pais eram quem incentivavam os filhos. Eles falavam coisas do tipo: ‘não pode perder para menina’, ‘se ela te ultrapassar pode bater nela, jogar para fora da pista’”, contou.

Rafaela Ferreira no programa ‘Fala, Cidade’ em novembro de 2024. Foto: Samara Brandino

Pensando em normalizar a presença feminina nos assentos das principais categorias do moto esportes, desde 2023, a Fórmula 1 (F1) ganhou uma categoria feminina. Voltada para o desenvolvimento e a formação de pilotas, a F1 Academy permite que jovens mulheres entrem em contato com as equipes da F1 desde os 16 anos. Por acompanhar algumas provas da Fórmula 1, a categoria (e as pilotas) também acaba ganhando visibilidade internacional. 

Sobre esse reconhecimento, Rafa revelou se sentir respeitada atualmente, após ter mostrado suas habilidades na pista. Ela também avaliou que o esporte está com as portas abertas para as mulheres. “Hoje, quando a gente vai assistir, tem muita repórter, social media, engenheira e mecânica. Isso é animador”, completou. 

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