CARLOS VILLELA
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS)
Um grupo de 44 estudantes de Laranja da Terra, na região serrana do Espírito Santo, foi encaminhado ao hospital na última sexta-feira (14) para realizar exames após uma atividade de coleta de sangue na qual uma única agulha foi utilizada e compartilhada.
O caso ocorreu durante uma aula de práticas experimentais em ciências que envolvia a observação de células sanguíneas e a identificação de tipos sanguíneos, conduzida por um professor de química com alunos do segundo e terceiro anos do ensino médio, com idades entre 16 e 17 anos.
A Secretaria de Educação do Espírito Santo afirma que a atividade foi realizada sem autorização prévia da coordenação pedagógica. O professor foi demitido, e o caso foi encaminhado à Corregedoria. O nome da escola não foi divulgado pela pasta a fim de preservar a privacidade dos estudantes.
Após a atividade, o caso ganhou repercussão na escola e entre os pais, que entraram em contato com a direção e a polícia.
A Vigilância Epidemiológica do município de 11 mil habitantes e o hospital local iniciaram testagens ainda na sexta-feira para verificar riscos de contaminação.
A Secretaria de Educação afirma que os alunos estão bem e já retornaram às aulas. “Todos os 44 estudantes foram submetidos a testes rápidos de diagnóstico de infecção, com resultados negativos para todas as doenças testadas”, diz a pasta, em nota.
Exames complementares para avaliar imunidade contra hepatites B e C foram realizados na manhã desta terça-feira (18).
A Secretaria Municipal de Saúde de Laranja da Terra (Semus) e a Secretaria Estadual de Saúde realizaram uma reunião para definir o acompanhamento médico dos estudantes, que serão submetidos a novos testes em 30 dias.
Nesta segunda (17), a escola promoveu um encontro com pais, alunos e representantes da Semus para prestar esclarecimentos.
O uso de agulhas compartilhadas representa grave risco à saúde, podendo causar infecções bacterianas, hepatites e a transmissão do vírus HIV.