Empresária denuncia perseguição e tortura psicológica por parte da ex-companheira do ex-marido

A empresária Vanessa Queiroz, de 37 anos, denuncia que tem sido alvo de perseguição e ameaças constantes desde 2023. Segundo seu relato, a responsável pelos ataques é A. de Souza, mulher que teve um relacionamento com seu ex-marido e que, desde então, a acusa de ser a razão pela qual ele não quis seguir com o romance.

O crime de perseguição, conhecido como stalking, está previsto no Artigo 147-A do Código Penal. Ele ocorre quando alguém, de forma reiterada, ameaça a integridade física ou psicológica de outra pessoa, restringindo sua liberdade ou perturbando sua privacidade.

Vanessa conta que as intimidações começaram com mensagens e ligações insistentes e que, ao longo do tempo, passaram a envolver cobranças de dinheiro, exposição nas redes sociais e ameaças direcionadas à sua família, especialmente à sua filha de 15 anos. “No começo, eu respondia às provocações, mas nunca tomei a iniciativa de procurá-la. Eu só soube da existência dela porque ela mesma me procurou”, relata a empresária.

A situação se agravou em fevereiro deste ano, quando a stalker teria ido até a porta da casa de Vanessa. “Foi assustador. Desde então, não sei mais o que é uma noite de sono tranquila”, desabafa. Além disso, Andrea teria conseguido o contato da filha da empresária, enviando mensagens ofensivas e vídeos íntimos dela com o ex-marido de Vanessa. A adolescente ficou abalada e tem sofrido com transtornos emocionais, chegando a ter medo de ir à escola.

A empresária registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher no início de 2024, e o caso foi encaminhado para a 5ª Delegacia de Polícia. No entanto, até o momento, Vanessa afirma não ter recebido proteção efetiva. “Solicitei medida protetiva diversas vezes e nunca consegui. A polícia diz que é um crime de menor potencial, mas e a segurança da minha filha? E a minha?”, questiona.

A perseguidora também teria ampliado suas ações ao seguir professores e amigos da filha de Vanessa nas redes sociais, além de espalhar informações caluniosas sobre o pai da adolescente. “Ela faz postagens falsas e os colegas acabam perguntando para minha filha se é verdade que o pai dela é bandido. Isso tem causado um grande constrangimento”, conta.

Vanessa diz estar adoecendo diante da falta de resposta das autoridades. “A única coisa que posso fazer é continuar denunciando, mas, pelo visto, não vai dar em nada. Vão esperar que ela me mate primeiro?”, desabafa. Segundo a empresária, um jornalista a informou que há uma audiência marcada sobre o caso, mas ela ainda não recebeu notificação oficial.

A Polícia Civil orienta que vítimas de perseguição adotem algumas medidas para se proteger: Guardar mensagens, e-mails, ligações e prints que possam servir como prova. Buscar apoio junto a amigos e familiares. Caso haja risco iminente, procurar instituições de defesa da mulher, como a Delegacia da Mulher e a Defensoria Pública, ou um advogado. Evitar qualquer tipo de contato com o perseguidor. Registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia. Evitar divulgar dados pessoais, como rotina, endereços e contatos. Se necessário, solicitar medidas protetivas. Em casos de risco, o juiz pode determinar que o agressor mantenha distância e se abstenha de qualquer contato com a vítima.

Se a vítima se sentir ameaçada ou estiver em perigo imediato, a recomendação é acionar a Polícia Militar pelo telefone 190 ou buscar auxílio na Delegacia da Mulher mais próxima.

A pena para o delito varia de seis meses a dois anos de reclusão, além de multa.

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