Greve dos trabalhadores da saúde indígena é suspensa após notificação da AgSUS

Notificação foi enviada na manhã desta segunda, 17, poucas horas após o início da greve (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Trabalhadores da Saúde Indígena dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) Yanomami tiveram a greve suspensa poucas horas após iniciar a manifestação, que ocorreu em frente a Secretaria de Saúde Indígena, no centro de Boa Vista. A greve iniciou nesta segunda-feira, 17, após ser aprovada em assembleia geral extraordinária.

Segundo a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviço de Saúde de Roraima (Siemesp-RR), Joana Gouveia, a notificação foi enviada pela União e pela Agência Brasileira de Apoio a Gestão do SUS (AgSUS), por volta das 11 horas da manhã.

À Folha, Joana disse que as instituições afirmam que há irregularidades na greve. “Estão alegando que a nossa diretoria estava irregular,que eu não notifiquei eles com um prazo de 72 horas, sendo que isso não é verdade. Alegaram também que com a greve os indígenas vão morrer lá dentro do território, então o desembargador por questão de segurança suspendeu. Agora nós vamos entrar também na justiça também para solicitar que a greve permaneça”, disse Joana.

A presidente do Siemesp-RR, Joana Gouveia, anunciando a suspensão da greve (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

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De acordo com ela, uma multa de 10 mil reais por hora foi estabelecida caso a paralisação continuasse. “A greve está suspensa devido a eliminar, a gente vai a catar, obedecer à decisão da justiça, mas a gente vai continuar firme e forte cobrando por melhorias, condições de trabalho e tudo que a gente achar pertinente em prol de melhorias para os trabalhadores”, concluiu a presidente do sindicato.

Causa da paralisação

Os trabalhadores reinvindicam um reajuste salarial, o não pagamento de benefícios como adicional noturno e ajuda de custo por pernoite, e a insalubridade não reconhecida para quem atua em territórios indígenas.

Arthur Vinícius Ramos é técnico em enfermagem e atua na saúde indígena e ressalta a importância da manifestação. “A gente está lutando por nossos direitos, a questão de nossos pagamentos serem certos, como os benefícios que foram citados pela AgSUS com relação ao que foi prometido e não teve o cumprimento com a palavra, em pagar devidamente os abonos. E, de certa forma, está querendo,amenizar com com os pagamentos de forma parcelada. Então, o grupo A, o primeiro seletivo, foi promovido com esses benefícios, e o grupo B, que foi migrado, não está recebendo esses benefícios. Então, devidamente, com a ação do sindicato, as pessoas, os grupos do sindicato, estão em conjunto. Por nossos direitos, da classe trabalhadora da saúde.”, afirmou Victor.

Victor, técnico de enfermagem da saúde indígena, em entrevista à Folha (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

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