Paris será ameaçada por graves secas a longo prazo, alerta OCDE

Os episódios de secas intensas representam uma ameaça crescente para Paris e sua região, e podem custar até 2,5 bilhões de euros [2,7 bilhões de dólares ou 16 bilhões de reais], mas sem causar restrições à água potável, alertou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nesta segunda-feira (17).

Em 2024, Barcelona escapou “por pouco de uma escassez de água”, mas teve que impor restrições de consumo “muito rigorosas” à sua população, após três anos de seca, disse Jo Tyndall, que comanda a direção de Meio Ambiente da OCDE.

Embora Paris ainda não tenha enfrentado uma crise desse tipo, as secas constituem “uma ameaça crescente para os habitantes”, particularmente depois de 2050, alertou a organização em um relatório de 200 páginas.

Os habitantes das grandes cidades são particularmente vulneráveis à falta de água devido à impermeabilização dos seus solos, o que reduz a capacidade de recarga dos aquíferos subterrâneos.

Essas tendências são amplificadas pela mudança climática, que secam os solos mais rapidamente, provocam a queda do nível dos aquíferos para níveis críticos e favorecem a alternância de episódios de secas prolongadas e chuvas torrenciais.

A região de Paris registrou um aumento das temperaturas médias de 2ºC desde 1990 e a mudança climática incrementa a possibilidade de graves secas na região.

No caso de uma seca tão grande como a de 1921, é provável que restrições à irrigação, navegação e uso da água industrial da água sejam impostas “por mais de 150 dias”, para preservar o abastecimento dos moradores, calcularam os autores.

Na capital e no seu entorno, as captações de água são utilizadas principalmente para o abastecimento de água potável (57%), da indústria (20%), da produção de energia (13%), de canais (7%) e de irrigação (3%).

Segundo a OCDE, um episódio importante da seca poderá “alterar gravemente as atividades econômicas” na região, e causar até 2,5 bilhões de euros em perdas na produção agrícola e industrial até 2100.

© Agence France-Presse

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