Estado teria sido omisso em um dos casos de grilagem de terras, aponta presidente da CPI

O deputado estadual Jorge Everton (União) durante entrevista no Agenda da Semana. Foto: reprodução

O deputado estadual Jorge Everton (União), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Terras apontou uma omissão das autoridades estaduais em um dos casos de grilagem de terras em Roraima. O parlamentar revelou detalhes de sua atuação em relação ao episódio da vicinal Zé Valdo, em Rorainópolis, onde uma fraude na regularização fundiária teria sido ignorada pelo Estado.

Jorge Everton afirmou, durante entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, nesse domingo (16), que não há dúvidas de que o governo estadual foi omisso no caso que envolveu a grilagem de terras por parte de um grileiro e sua filha, servidora comissionada do Iteraima (Instituto de Terras e Colonização de Roraima).

Leia mais: Legislativo instaura CPI das Terras para investigar grilagem em Roraima

“Eu vou confessar que eu entendo que houve uma omissão sim por parte do governo em relação a esse caso específico, está comprovado, e a Presidente Dilma confirmou durante o interrogatório, ela respondeu a minha pergunta”, destacou o deputado.

A situação teria ocorrido após Everton levar até o governador Antônio Denarium (Progressistas) e o então presidente do Iteraima, Márcio Granjeiro, informações sobre o caso dos moradores da vicinal Zé Valdo. O deputado relatou que ficou surpreso ao encontrar a filha do acusado na antessala da presidência do Instituto.

“Quando nós chegamos na antessala da Presidência, a Adriana [Presidente da Associação da Vicinal Zé Valdo] mudou de cor, me chamou no canto e falou: ‘deputado, aquela é a grileira, a filha do Osman está ali sentada no computador na antessala da Presidência”, contou o parlamentar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE



Após o encontro, Jorge Everton questionou o então presidente do Iteraima sobre a presença da servidora, mas, segundo ele, a resposta de Granjeiro foi evasiva. “O Márcio nada fez, o Márcio se omitiu”.

Fraude confirmada pela presidente do Iteraima

A atual presidente do Iteraima, Dilma Costa, confirmou à CPI e na audiência pública em Caroebe em 2024, segundo Jorge Everton, que o título utilizado pelo grileiro era fraudulentamente deslocado de outra área. Após a apuração, o título foi anulado, e que haveria restituição dos direitos aos verdadeiros proprietários.

“Ela confirmou que o título não era da forma que estava apresentado. O título é um título do Amazonas, da época do Amazonas, que ele englobava a área ali dos [indígenas] Pirititi, que estão pleiteando como área indígena, e houve o deslocamento para Zé Valdo com o objetivo de não perderem o título. E isso, ela constatou essa fraude, e ela anulou o título”, explicou.

Jorge Everton criticou também a postura do governador Antônio Denarium, que, segundo ele, alegou repetidamente desconhecer os problemas relacionados à grilagem. “Quando o governador começa de forma reiterada a dizer que não sabia, ou ele é incompetente ou ele é conivente. Não tem outra saída, porque você tem obrigação, tendo a informação, de pedir providências. Então, havia sim conhecimento do Presidente Iteraima, havia conhecimento do governador nesse caso, e nada foi feito”.

CPI das Terras

O parlamentar ainda comentou sobre a oitiva que resultou na prisão de Jamiro Alves, de 51 anos, por falso testemunho e os próximos passos da Comissão. A investigação se concentra na regularização fundiária de áreas públicas, com foco nas autorizações de ocupação (AOS) e títulos emitidos a partir de 2020, nas glebas Baliza (Caroebe), Equador (Rorainópolis) e Ereu (Amajari). A previsão é de que a CPI dure um ano.

Confira a entrevista completa no YouTube:

O post Estado teria sido omisso em um dos casos de grilagem de terras, aponta presidente da CPI apareceu primeiro em Folha BV.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.