Número de infrações por falta do uso de seta no trânsito cai mas os registros ainda são preocupantes

Dar a seta é de graça e evita acidentes no trânsito. O motorista que não utiliza corretamente esta sinalização de trânsito pode pagar uma multa de R$195 reais. Os números divulgados pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran DF), mostram que de janeiro a setembro deste ano, foram registradas cerca de 14.417 infrações envolvendo motoristas que não ligaram a seta ao fazer uma manobra nas faixas das vias do Distrito Federal.

O registro significa que por dia, entre janeiro e setembro, 53 pessoas são flagradas ao deixar de ligar a seta ao mudar de faixa. Os números se referem ao total de transgressões registradas no DF pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), Detran e Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

No mesmo período em 2023, foram notificadas 16.488 infrações. Mas como se trata de uma infração de nível grave, com registro de 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação, o quantitativo ainda é preocupante.

O Código de Trânsito Brasileiro prevê no artigo 196. uma penalidade de multa de R$195,23 para aquele condutor que deixar de indicar com antecedência, mediante gesto regulamentar de braço ou luz indicadora de direção do veículo, o início da marcha, a realização da manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou de faixa de circulação.

O coordenador de Policiamento e Fiscalização de Trânsito da região Oeste, Wesley Cavalcante, explicou que quando o condutor não indica a mudança de direção ou faixa, os outros condutores não tem como saber que ele vai realizar essa ação, não redobram a atenção e não reduzem a velocidade. “O que pode acarretar acidente de trânsito com vítima e com colisões laterais”.

Wesley lembra que é preferencial que os motoristas utilizem a seta e deixem o gesto de braço para veículos com tração animal ou para bicicletas.

Na pista com os motoristas

A secretária executiva Agda Gouvea, 57 anos, atualmente é motorista de aplicativo e acredita que todo condutor deve fazer uso da seta para comunicar se pretende mudar de faixa ou entrar em alguma rua. “Qualquer virada que tem que fazer, você tem que sinalizar, não adianta”, categoriza. Como ela passa muito tempo dirigindo, ela costuma ver muita gente infringir essa regra nas vias.

Como motorista de aplicativo, Agda considera que precisa dar o exemplo de como seguir o Código de Trânsito. “Mas independente de ser essa a minha atual profissão, acho que todo mundo tem que dar o exemplo”.

A motorista conta que quase colidiu com um carro, por um erro do outro motorista que não ligou a seta. “A pessoa entrou na minha frente e eu tive que frear bruscamente”. Agda destaca que quem infringe essa lei de trânsito deve ter preguiça ou simplesmente se trata de falta de atenção.

Joice Arendt é aposentada e tem 72 anos. Para ela, ligar a seta para comunicar a intenção de trajeto era uma coisa que todo mundo fazia sem pestanejar no trânsito. Mas ao pensar bem, Joice aponta que os outros motoristas simplesmente não se lembram de o fazer. “Eu me considero uma boa motorista, não tive nenhuma multa esse ano que passou”, diz com orgulho. Ela se considera bastante cuidadosa ao dirigir e nunca presenciou nenhum acidente de trânsito.

A motorista de muitos anos de experiência tem uma percepção de que os condutores de carro geralmente ou se esquecem de ligar a seta, ou pior: sinalizam que vão mudar de faixa mas não o fazem. “E olha, reclamo, quando esses casos acontecem. E isso acontece bastante”. Joice afirma que não basta dar a seta, mas tem que usar devidamente esse método. “Eu buzino e depois sigo o meu caminho. Mas eu acredito que essas coisas sejam desatenção dos jovens motoristas”, concluiu.

Apesar de corrigir quem dá a seta incorretamente, Joyce não costuma fazer o mesmo quando vê motoristas que não sinalizam para onde estão indo. “Eu dirijo bem devagar e penso que estou aposentada, não tenho pressa, não preciso brigar à toa”.

A autônoma Laura Marques, 26 anos, usa a seta e considera ser uma prática que ela internalizou e agora realiza no modo automático. “Tem muita gente que não usa por pura preguiça e falta de atenção”, completou.

Laura presenciou um desentendimento de trânsito motivado porque uma das partes não ligou a seta. O que ela considera que além de essencial para salvar vidas, também pode evitar brigas e as multas. “Eu estava dirigindo, mas não foi comigo. Ninguém se machucou mas trocaram xingamentos e buzinas”. Por isso, a empresária acredita que todo motorista tem que ter a consciência de usar a seta para se prevenir.

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