Altas aventuras no país da inflação

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Em uma cena imaginária digna de um desenho animado, vemos um brasileiro sendo puxado pelos ares, pendurado por balões inusitados: um ovo, uma lâmpada, um botijão de gás, uma bomba de gasolina, um saco de arroz e outro de café. A expressão de desespero do personagem é clara — afinal, não é fácil manter os pés no chão quando os preços insistem em decolar.

E não é exagero: a inflação tem levado tudo às alturas, menos o salário. Em fevereiro, por exemplo, o preço dos ovos subiu mais de 15%, com direito a quebra de recorde desde o Plano Real. Já o café, esse companheiro inseparável das manhãs, disparou quase 11% só no mesmo mês — e pasmem: acumulou mais de 46% de alta em 2024. Tomar café virou luxo, e quem gosta forte já está tomando sem açúcar… por economia mesmo.

O botijão de gás, sempre fiel ao drama, continua a encarecer e deixar muitos brasileiros cozinhando mais no improviso do que no fogão. E por falar em fogo, a energia elétrica também deu um “choque” na conta: subiu 5,36% no fim de 2024, fazendo muita gente apagar a luz até do pensamento.

A gasolina, essa eterna montanha-russa, também tem feito seu papel no espetáculo inflacionário. Reajustes seguidos fazem o brasileiro pensar duas vezes antes de ligar o carro — tem gente que está até pensando em adestrar pombo-correio como alternativa de transporte.

No meio desse voo sem previsão de pouso, o arroz até tentou dar uma trégua e ficou um pouco mais barato. Mas quando se olha o carrinho de supermercado, é impossível não soltar aquele “Ah!” de espanto — igual ao personagem da ilustração, que já nem sabe mais se está subindo, caindo ou simplesmente flutuando no caos econômico.

No fim das contas, o brasileiro vai seguindo na corda bamba da criatividade, equilibrando orçamento com humor e tentando não ser levado pelo vento… ou melhor, pela inflação.

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