Escolas estaduais responderão questionário sobre proibição de celular

Um mês após o início do ano letivo na rede estadual de ensino, alunos e professores responderão um questionário sobre a aplicação da Lei Federal n° 15.100/2025, que proíbe o uso do celular pelos estudantes dentro das instituições de ensino. A ação irá avaliar a opinião da comunidade escolar sobre a medida.

Ávila Prado, de 17 anos, estuda no 3º ano do ensino médio na escola Maria das Dores Brasil, no bairro 13 de Setembro, e relata que a possibilidade de não utilizar o celular dentro das dependências da instituição a assustou no início, mas agora, depois de um mês na nova rotina, ela vê melhoras no seu desempenho durante as aulas.

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“É meio difícil estar longe do celular. A gente fica preocupado, se alguém mandou mensagem ou se postou alguma foto. Fica aquele peso na mente, mas eu acho que foi bom para nós. Porque é difícil ter a concentração dentro da sala e também a gente se desafia mais, ao invés de se acomodar em só utilizar o celular para tudo”, explica a adolescente.

O questionário aplicado pela Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) iniciou nesta quarta-feira, 12, e seguirá até o dia 19 deste mês, os alunos terão permissão para utilizar os aparelhos eletrônicos em horários determinados para responder ao formulário. Pela manhã, das 8h30 às 9h30, pela tarde das 14h30 às 15h30 e à noite, das 19h30 às 20h30. Toda a atividade será monitorada pelos professores.

A medida não foi uma novidade para Roraima devido à existência da Lei Estadual nº 1.108/2016, que já restringia o uso de aparelhos eletrônicos no contexto das escolas e do próprio regimento interno das unidades de ensino. Com a legislação federal, as escolas reforçaram a regra em relação à utilização dos aparelhos.

O professor de geografia Samuel Lucas, relata uma boa aceitação dos alunos com a nova medida.

“A principal diferença é de que eles estão receptivos com a restrição. O celular é uma ferramenta de estudos muito boa, mas os alunos não tem essa maturidade para definir a hora adequada para o uso, então a lei veio para auxiliar nisso. Nós temos mais atenção dos alunos na sala de aula”, explica Samuel.

A psicóloga Fracimeire Melo, que atua na Divisão de Desenvolvimento Psicossocial da Seed, explica que o questionário servirá para mensurar a adaptabilidade da comunidade escolar à aplicação da lei, com o intuito de realizar ações efetivas para as dificuldades, caso houver.

“Vai ser avaliado os impactos socioemocionais que essa restrição pode causar nos alunos. A gente tem percebido uma boa adaptabilidade dos alunos. A gente espera que a partir dessa lei haja uma melhor interação, um desenvolvimento dos alunos e impacte na saúde emocional dos professores”, relata a psicóloga.

Todos os estudantes e professores da rede devem participar da atividade tanto na capital, no interior, quanto em comunidades indígenas.

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