ONU adverte que ajuda humanitária em Gaza está se esgotando ‘rápido’

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As Nações Unidas advertiram nesta quarta-feira (12) que o fornecimento de ajuda humanitária na Faixa de Gaza está se esgotando “muito rápido”, em meio ao bloqueio de Israel para pressionar o Hamas.

Israel interrompeu o envio de ajuda há 11 dias e desconectou sua única linha elétrica com Gaza, que abastece a principal usina dessalinizadora do território, como forma de pressionar o Hamas a aceitar condições nas negociações para a próxima fase da trégua.

Após o cessar-fogo acordado em 19 de janeiro, as Nações Unidas avançaram no fornecimento de alimentos e medicamentos para Gaza e na reativação dos hospitais danificados, declarou Tom Fletcher, chefe do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) em entrevista coletiva.

Mas agora não está chegando nada de ajuda, afirmou.

“Onze dias já são dias demais para impedir que a ajuda chegue aos civis que tanto necessitam”, declarou Fletcher.

“Os suprimentos estão se esgotando muito rápido”, advertiu, o que obriga a ONU a racionar as reservas para que durem mais.

“O fato de que não chegue combustível significa que as incubadoras estão sendo desligadas”, acrescentou Fletcher, e Gaza pode se tornar novamente uma crise humanitária.

O acordo de trégua, mediado por Estados Unidos, Catar e Egito, levou a um cessar-fogo em 19 de janeiro, após 15 meses de guerra no território palestino, provocada pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.

Durante a primeira fase, que terminou em 1º de março, o Hamas entregou 33 reféns israelenses, entre eles oito mortos — sequestrados durante o ataque de 7 de outubro —, e Israel libertou cerca de 1.800 prisioneiros palestinos.

As delegações israelense e do Hamas estão tentando, através dos mediadores, superar suas divergências sobre a segunda fase do acordo.

Segundo o Hamas, esta prevê um cessar-fogo permanente, a retirada completa de Israel de Gaza e a libertação dos últimos reféns.

Israel, por sua vez, quer que a primeira fase da trégua seja prolongada até meados de abril, e exige a “desmilitarização total” do território, a saída do Hamas e a devolução dos últimos reféns antes de seguir para a segunda fase.

© Agence France-Presse

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