Alckmin lamenta tarifa dos EUA, defende diálogo e diz que governo avalia ir à OMC

alckmin faz palestra no evento idp summit

RICARDO DELLA COLETTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo lamenta profundamente a taxação do aço brasileiro pelos Estados Unidos, que entrou em vigor nesta quarta-feira (12), defendeu o diálogo com os americanos e disse que uma das opções estudadas pelo Brasil é apresentar um recurso à OMC (Organização Mundial do Comércio).

“A medida não foi tomada Contra o Brasil. Ela foi estabelecida para o mundo inteiro: alíquota de 25% para importação para aço e alumínio a partir de hoje. Autoaplicação, é imediata a partir de hoje. O governo brasileiro se manifestou lamentando profundamente esse fato porque, primeiro, o Brasil não é problema para os Estados Unidos. Eles têm um superávit conosco, segundo dados deles, superior a US$ 7 bilhões só em bens, fora a área de serviços. No caso do aço, você pega a indústria, nós somos o terceiro comprador do carvão siderúrgico dos EUA, fazemos o semielaborado e exportamos para os Estados Unidos. Há uma complementariedade na indústria”, declarou o vice, no Palácio do Planalto.

“A disposição, primeiro, é do diálogo. Nós devemos nos próximos dias e semanas aprofundar esse trabalho junto aos EUA; e lamentar profundamente. Isso encarece produtos, dificulta o comércio, medida tomada de natureza unilateral, e o Brasil avaliará também outras medidas a serem tomadas”.

Alckmin também afirmou que uma das ações estudadas pelo Brasil é apresentar um recurso à OMC.

“Esta é uma possibilidade [recurso à OMC]. Nós defendemos o multilateralismo, complementação econômica, e OMC existe para isso: estabelecer regras que devem ser regras gerais para tudo”.

Um recurso à OMC seria um gesto de caráter simbólico e de prestígio do Brasil ao sistema multilateral de solução de disputas comerciais, uma vez que o órgão está há anos paralisado por obstrução dos Estados Unidos.

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