CEO da Gerdau diz confiar que governo vai adotar medidas mais duras contra importação do aço

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ARTUR BÚRIGO
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS)

O presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck, disse esperar que o governo Lula (PT) adote novas medidas contra a importação de aço no Brasil, no que ele chamou de “defesa comercial”.

Em cerimônia da siderúrgica com o presidente e outras autoridades na última terça-feira (11) em Ouro Branco (MG), a companhia anunciou R$ 1,5 bilhão em investimentos para a expansão da produção de bobinas a quente na fábrica local. O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, estava na cerimônia na planta da Gerdau.

“Eu estou muito confiante que depois do que a gente fez aqui hoje, o governo vai implantar novas medidas, um pouco mais duras, para impedir esse volume enorme de aço que entra no Brasil de forma desleal, em uma competição totalmente sem isonomia”, disse Werneck em entrevista a jornalistas no local.

Em abril do ano passado, o governo estabeleceu cotas para a importação de aço e aumentou para 25% o Imposto de Importação sobre o volume excedente.

A decisão, que atendeu a um pedido da indústria siderúrgica nacional contra a importação de aço chinês no país, tem validade até maio deste ano.

Werneck afirmou que o governo tem estado aberto ao diálogo e que há várias possibilidades em discussão.

Entre elas, estão o aumento na tarifa de importação ou o fim das cotas, que garantem taxas mais baixas, para determinar o imposto de 25% para todo o aço que entra no país.

“Esse aço [importado] chega a um valor muito menor do que o nosso custo de produção. Por mais que a Gerdau tenha buscado um nível de competitividade nunca visto nestes 124 anos, é impossível a gente competir com aço que chega de forma desleal”, disse o executivo.

Segundo ele, a participação de aço importado no mercado nacional atingiu uma faixa de 25%, diante de um patamar que era de 11% em níveis históricos.

Sobre as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre aço e alumínio, o executivo da companhia disse que elas são positivas para a companhia, já que a empresa tem produção local no país norte-americano.

“Para nós, toda a defesa comercial que os Estados Unidos têm colocado, não de agora, mas já há alguns anos, tem sido muito positiva para os nossos negócios”, afirmou Werneck.

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