Cientistas encontram rastreador climático oculto nos sinais da Starlink, de Elon Musk

Você sabe o que um rastreador climático oculto pode fazer? Uma pesquisa da Universidade de Tecnologia de Graz, na Áustria, descobriu que os sinais emitidos pelos satélites da Starlink, projeto da empresa Spacex ,de Elon Musk, podem ser usados para monitorar mudanças climáticas, como a umidade da atmosfera e variações na superfície terrestre.

Imagem do planeta Terra com rastreador climático oculto

Cientistas encontram rastreador climático oculto nos sinais da Starlink, de Elon Musk – Foto: Canva/ND

Os cientistas afirmam que esses sinais podem fornecer também dados valiosos sobre alterações na gravidade da Terra, níveis do mar e padrões climáticos.

No entanto, a precisão do rastreador climático oculto depende diretamente da qualidade e quantidade de dados disponíveis. Até recentemente, o estudo aponta que os satélites de comunicação, como os da Starlink, OneWeb e o Projeto Kuiper da Amazon, não eram considerados para as pesquisas de geodésia, devido aos seus sinais que eram utilizados exclusivamente para transmissão de informação.

Apesar disso, os especialistas desenvolveram uma espécie de abordagem inovadora para analisar esses sinais usando o efeito Doppler — fenômeno físico que permite medir a variação de frequência de um sinal emitido por um objeto em movimento.

“Com essa técnica, foi possível detectar alterações nos padrões orbitais dos satélites e correlacioná-las com mudanças ambientais”, aponta o estudo.

Precisão do rastreador climático oculto

Imagem de satélite da starlink

Rastreador ,climático oculto: os cientistas analisaram sinais de satélites e identificaram frequências constantes que podem ser usadas como referência, como o da Starlink – Foto: Canva/ND

Os cientistas analisaram sinais de satélites e identificaram frequências constantes que podem ser usadas como referência. Ao medir como essas frequências mudam conforme os satélites se movem, foi possível determinar a posição dos satélites com uma margem de erro de 54 metros.

Embora ainda não seja suficiente para aplicações geodésicas de alta precisão, essa abordagem abre caminho para novos avanços no monitoramento ambiental.

Um dos principais desafios do estudo é a falta de acesso às informações estruturais dos sinais emitidos pelos satélites comerciais, pois as empresas não divulgam detalhes sobre seus protocolos de transmissão. Além disso, a ausência de dados orbitais precisos pode introduzir erros nos cálculos.

O futuro do monitoramento climático via satélite

Imagem de pontilhados e um satélite da Starlink

Saiba qual será o futuro dos estudos, após a descoberta do rastreador climático oculto – Foto: Canva/ND

Os pesquisadores agora trabalham para melhorar a precisão das medições. A implementação de antenas que possam rastrear os satélites dinamicamente e a coleta de dados a partir de múltiplas localizações permitirão um refinamento dos modelos.

O professor Philipp Berglez, da TU Graz, destaca o potencial da descoberta do rastreador climático oculto: “Ao utilizar os sinais de comunicação para a geodésia, revelamos um enorme potencial para investigação detalhada da Terra. O próximo passo é aprimorar a precisão e entender com mais profundidade as mudanças que estão ocorrendo em nosso planeta”.

Com essas inovações, a ciência se aproxima cada vez mais de um monitoramento climático global em tempo real, ajudando na formulação de estratégias para mitigar os impactos das mudanças ambientais.

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