Cientistas descobrem “cola” que mantém memória unida em incrível conquista para a neurociência

Uma equipe de cientistas fez uma descoberta significativa para a ciência sobre como o cérebro retém memórias a longo prazo. Eles identificaram uma molécula Kibra atua como uma “cola” que mantém memória unida para ancorar a enzima PKMζ e fortalece conexões sinápticas entre os neurônios.

Essa interação garante que elas não sejam perdidas à medida que as proteínas cerebrais se degradam e se regeneram oferecendo uma compreensão mais profunda da estabilidade da memória.

Motivados pela questão de longa data na neurociência: como as memorizações podem durar anos ou mesmo décadas quando as moléculas em nossos cérebros estão constantemente sendo substituídas?

na imagem aparecem neurônios com a cola que os interliga no cérebro

Os neurônios são capazes de armazenar as informações na força das sinapses – Foto: Pixabay

Neurônios, memória e força das sinapses

Os neurônios armazenam informações na força das sinapses mas as moléculas e proteínas nessas sinapses são instáveis e se degradam após alguns dias.

Isso cria um quebra-cabeça: se os blocos de construção da memória são tão efêmeros, o que nos permite manter a memorização de longo prazo?

O novo estudo buscou explorar mais essa hipótese, focando no papel da enzima PKMζ na interação da enzima com a molécula Kibra que pode contribuir para a estabilidade da memorização de longo prazo.

Em testes comportamentais com camundongos modificados geneticamente quando interromperam a interação KIBRA-PKMζ fizeram com que houvesse a perda de memorização de longo prazo.

Os pesquisadores descobriram que essa interação molecular não é tão importante apenas para a memória de curto prazo, mas pode mantê-la por semanas.

na foto aparecem neurônios com ligações de memória de longo prazo

memoria-enzima-neuronios – Foto: Freepik/ND

“A interação persistente KIBRA-PKMζ explica como a memória pode durar a vida toda, algo que os humanos vêm tentando entender há muito tempo, pelo menos desde que Platão escreveu sobre isso”, disse André Fenton, professor de neurociência na Universidade de Nova York.

Embora o estudo ofereça fortes evidências de que o Kibra é crucial para sustentar a memorização de longo prazo ao estabilizar o PKMζ nas sinapses, certas limitações permanecem.

Os pesquisadores reconhecem que nem todas as formas de memorização podem depender dessa interação molecular.

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