Advogado alerta para golpes em nome de escritórios

Os golpes digitais não são necessariamente uma novidade e, apesar de já serem conhecidos por uma parcela significativa da população, tem vitimado milhões de pessoas ao redor do país. De acordo com o advogado Adriano Pedro Goudinho, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Criciúma, tem-se percebido na última semana o aumento da frequência de um golpe em específico, que utiliza-se dos nomes e características de escritórios de advocacia para abordar clientes.

Goudinho alega que, somente na semana passada, foi procurado por mais de cinco advogados cujos escritórios onde trabalham tiveram o nome utilizado para aplicação de golpes. Com essas informações, solicitam às pessoas pagamentos – alegando tratar-se de despesas de processos. O grande diferencial da abordagem seria a veracidade das características apresentadas, às vezes suficientes para convencer as vítimas.

“Os golpistas usam a logomarca do escritório, a foto do advogado e o nome de uma secretária que não existe. A única coisa que é falsa é o número de telefone e o nome da secretária. Temos que ter esse cuidado”, afirmou.

Para evitar sair como vítima de um golpe como esse, o advogado orienta que se faça contato com o escritório de advocacia contratado imediatamente após a abordagem. Se necessário, que telefone ou envie uma mensagem ao profissional que efetivamente lhe represente nos processos. “Não paguem ou façam qualquer transferência sem antes checar com o seu advogado”, afirmou.

Os números dos golpes digitais em Santa Catarina

Apenas em 2024, foram registrados 84.044 boletins de ocorrência em Santa Catarina referentes à golpes digitais. Segundo dados apurados por Goudinho, apenas 1.084 destes viraram inquéritos – sendo que apenas 131 resultaram na identificação ou indiciamento de um suspeito. O advogado aponta para um problema que pode estar munindo os golpistas: a quantidade de informações sobre processos que estão disponíveis na internet.

“A gênese do problema está em um princípio que tem que ser respeitado que é da publicidade dos autos. Mas temos vários sites e programas na internet que qualquer um pode acessar os dados do processo, o nome das partes e do advogado. Esses golpistas tem um farto material a disposição e é isso o que penso que temos que rever. Acionar a OAB, o Tribunal de Justiça ou a Polícia Civil para rever essa questão de publicização dos dados do processo”, pontuou.

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