Mulheres refugiadas concluem curso de capacitação para o mercado de trabalho

A primeira turma da 10ª edição do projeto Empoderando Refugiadas foi concluída nesta quinta-feira (6), com a formatura das participantes no auditório do Senac da Major Williams, em Boa Vista. A iniciativa, promovida pela ACNUR, ONU Mulheres e Pacto Global, em parceria com a AVSI e o SENAC-RR, tem como objetivo capacitar mulheres refugiadas e imigrantes para o mercado de trabalho.

O evento contou com a presença de representantes das agências da ONU, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), organizações envolvidas na Operação Acolhida e apoiadores do setor privado. Durante a cerimônia, as participantes receberam os certificados de conclusão do curso de Atendimento e Atenção ao Cliente, com carga horária de 80 horas, incluindo módulos focados na superação de barreiras linguísticas.

Georgina Bolivar, assistente de soluções duradouras da ACNUR, falou sobre a importância do projeto para a integração socioeconômica das mulheres. “A 10ª edição do Empoderando Refugiadas em Roraima representa uma conquista significativa. Desde 2019, o projeto tem apoiado mulheres refugiadas e imigrantes a saírem dos abrigos de forma sustentável, seja para empregos em outros estados ou para integração local”, afirmou.

Iniciado em 2016 em São Paulo, o projeto expandiu para Roraima em resposta ao aumento da migração venezuelana, fazendo parte da Operação Acolhida.

Carolina Morales, assistente sênior de soluções duradouras, destacou o suporte oferecido às alunas com filhos. “No espaço das aulas, há um ambiente infantil com monitoras, permitindo que as mulheres se concentrem totalmente no curso”, explicou.

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Adriana Diaz, uma das formandas, compartilhou sua trajetória. “Foi uma experiência enriquecedora”, relatou.

Mãe solo de duas crianças, Adriana enfrentou desafios ao chegar ao Brasil. “O maior desafio era saber com quem deixar meus filhos. O projeto nos oferece essa possibilidade, permitindo que possamos estudar com tranquilidade”, afirmou. Graças à capacitação, ela conseguiu um emprego e está se preparando para se mudar para o Paraná, onde atuará profissionalmente.

Natural da Venezuela, Adriana era comerciante e tinha formação em Administração Industrial e Educação Especial, mas não conseguia exercer sua profissão devido à falta de rede de apoio e à baixa remuneração no seu país. “No meu país, trabalhamos apenas para sobreviver. No Brasil, vejo oportunidades reais. Quem quer melhorar de vida e se dedica consegue”, concluiu.

O projeto Empoderando Refugiadas continua a apoiar as formandas na busca por emprego, seja por meio da interiorização com vagas em outros estados ou pela inserção no mercado local em Boa Vista.

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