Ex-namorado de Vitória foi visto perto de local onde ela desapareceu, diz polícia

DIEGO ALEJANDRO
CAJAMAR, SP (FOLHAPRESS)

O carro usado pelo ex-namorado de Vitória Regina Sousa, 17, encontrada morta em Cajamar, foi visto por testemunhas no local e no momento que a jovem desapareceu, afirmou o delegado Aldo Galiano, responsável pelo caso, durante entrevista coletiva na tarde desta quinta (6).

No veículo, apreendido pela polícia, também foi encontrado um fio de cabelo longo, mas o Instituto Médico Legal ainda analisa o material para verificar se pertencia à vítima.

Gustavo Vinicius Moraes, 25, se apresentou à polícia nesta quinta e está em prisão temporária. Ele não tem advogado.

Vitória teve uma relação de quatro meses com Gustavo, e os dois terminaram há um mês. Na noite de seu desaparecimento, ela pediu por mensagem para ele buscá-la, mas o recado só foi visualizado às 4h.

Em seu depoimento, de acordo com o delegado, Gustavo disse que estava com uma outra jovem e por isso não conseguiu responder. Porém, Galiano afirma que Gustavo teria visto outras mensagens por volta da meia-noite, contradizendo seu depoimento.

Por isso, a Delegacia de Cajamar pediu a prisão preventiva de Gustavo na quarta (5). A Justiça não acatou o pedido.

O suspeito se apresentou por volta de meio-dia por temer retaliação, segundo a polícia.

Vitória desapareceu em Cajamar em 26 de fevereiro, depois de sair do trabalho, às 23h, em um shopping da cidade, onde trabalhava como operadora de caixa.

Ela estava em um ponto de ônibus próximo ao shopping e havia dois homens no local, segundo mensagens que ela enviou para uma amiga. A adolescente também relatou estar com medo.

Por volta da meia-noite, ela avisou à amiga que tinha entrado no ônibus e que apenas um dos homens entrou no coletivo. Ela afirmou depois que estava tranquila e que, quando desceu, esse homem continuou no ônibus.

Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil contaram que viram um carro, um Toyota Yaris, com dois homens seguindo a adolescente quando ela caminhava para casa, no bairro Ponunduva, depois de descer do coletivo.

Além do ex-namorado, um outro homem, de 26 anos, com quem a jovem teria se relacionado recentemente foi ouvido pela polícia e liberado. A participação dele foi descartada, segundo o delegado.

Além do ex-namorado, são investigados dois homens que entraram no ônibus com ela e os dois homens que estavam no Yaris veículo e a teriam assediado. Segundo o delegado responsável pelo caso, os suspeitos se conheciam e “com certeza” o crime foi motivado por vingança por uma possível traição.

Vitória foi encerrada no fim da tarde desta quinta no Cemitério Municipal de Cajamar. Na saída, os pais da jovem foram recebidos sob gritos de “justiça”.

Mais cedo, Carlos Sousa, pai de Vitória, relatou que não aceitava o relacionamento da vítima com o investigado. A filha teria dito então que havia terminado a relação. “Mas é aquele negócio: o pai nunca sabe a verdade”, disse ao Brasil Urgente, da TV Band.